MÚSICA

Livro de depoimentos sobre Chico Buarque reúne textos de Lula, Maria Bethânia, Clarice Lispector e mais

"Meu Caro Chico – Depoimentos", do recifense Augusto Lins Soares, conta com 60 textos, inéditos ou já publicados

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Emannuel Bento

Publicado em 05/11/2021 às 14:12 | Atualizado em 05/11/2021 às 14:30
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Muita gente tem opinião formada sobre Chico Buarque, uma das principais figuras da cultura brasileira. Foi pensando nisso que o recifense Augusto Lins Soares, conhecido por trabalhos de fotobiografia, decidiu lançar o livro "Meu Caro Chico – Depoimentos" (Editora Francisco Alves, 265 páginas), que reúne cerca de 60 depoimentos (inéditos ou já publicados) sobre o artista. A ideia do livro surgiu em 2018, quando ele estava organizando "Revela-te, Chico – Uma Fotobiografia" (Bem-Te-Vi, 2018).

Entre os textos, há um bilhete da escritora Clarice Lispector, uma critica do poeta Torquato Neto, uma letra da cantora Eugenia Melo e Castro e um poema do ex-presidente Lula. Vinicius de Moraes, Glauber Rocha, Criolo, Sergio Buarque de Holanda, Roberto Freire, Maria Rita Kehl, Luca Bacchini, Lais Bodanzky, Tarso de Castro e Hugo Sukman também aparecem na obra.

"Durante a pesquisa, encontrei declarações e histórias curiosas que revelavam Chico e sua produção artística. Achei importante organizar este livro so com textos de autores de varias gerações e de diferentes áreas de atuação", explica o autor, que também já lançou "O santo revelado – Fotobiografia Dom Helder Camara" (Cepe, 2019) e "Thereza Eugênia – Portraits 1970-1980" (Barléu, 2021). Ele já está preparando seu próximo livro: uma fotobiografia de Sônia Braga, com lançamento previsto para 2022.

A sua procura pela Editora Francisco Alves se deu porque a marca já tinha publicado o primeiro livro de Chico em 1966, "A banda – Manuscritos de Chico Buarque de Hollanda", e "A imagem do som de Chico Buarque", em 1999. Os textos estão na ordem alfabética dos autores selecionados e apresentam um painel multifacetado sobre Chico Buarque.

Está lá, por exemplo, o depoimento mais antigo de Carlos Drummond de Andrade em relação ao artista, de outubro de 1966, publicado na coluna do Correio da Manhã sobre "um rapaz de pouco mais de vinte anos" e sua primeira música a ganhar um festival: "E se o que era doce acabou, depois que a banda passou, que venha outra banda, Chico, e que nunca uma banda como essa deixe de musicalizar a alma da gente", finaliza o poeta.

Em outro momento, Miucha conta em detalhes, pela primeira vez, como ganhou uma música do irmão. E assim, de texto em texto, o leitor pode ir conhecendo um pouco mais sobre a personalidade de Chico. O livro encerra com o depoimento do musicólogo Zuza Homem de Mello, falecido em 2020: "Chico Buarque, talvez o autor mais querido da estupenda geração dos anos 1960 que deu a musica popular uma fartura de obras primas, atinge o auge de sua carreira na idade em que os compositores de musica popular, por razoes ate hoje carentes de explicação, costumam pendurar suas chuteiras."

O livro está sendo vendido por R$ 65.

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