CINEMA

'Deserto Particular', de Aly Muritiba, é o grande vencedor do 25º Cine PE; confira a lista completa

Calungas foram entregues em cerimônia realizada na noite desta sexta-feira (26), no Teatro do Parque

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Emannuel Bento

Publicado em 26/11/2021 às 23:06
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Após uma edição que durou quatro dias, o 25º Cine PE realizou a sua tradicional cerimônia de premiação na noite de ontem (26), no Cineteatro do Parque, Centro do Recife. A entrega do troféu Calunga teve apresentação da atriz pernambucana Nínive Caldas. O ganhador do principal prêmio da noite foi Deserto Particular, longa-metragem escolhido pelo Júri Oficial do evento. O filme Aly Muritiba reflete sobre os afetos masculinos no Brasil contemporâneo, por meio da trajetória de Daniel (Antonio Saboia), policial que acaba cometendo um erro que põe em risco sua carreira e honra.

Já a ficção distópica Nada de Bom Acontece Depois dos 30, de Lucas Vasconcelos, ganhou o prêmio de Melhor Curta Nacional, enquanto a Mostra Competitiva de Curtas Pernambucanos consagrou vencedor foi o filme Terceiro Andar. Este último levou ainda os Calungas de Prata de Melhor Direção e Melhor Roteiro para Deuilton B. Júnior.

O curta-metragem pernambucano Playlist, de Pedro Melo, levou para casa cinco Calungas de Prata, incluindo as de Melhor Direção Arte, Melhor Fotografia, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Trilha Sonora.

O Júri Oficial do Cine PE 2021 foi formado pela cineasta Deby Brennand; a também cineasta Kátia Mesel; o ator de teatro e cinema Sérgio Fidalgo; a jornalista e comentarista de cinema Silvana Marpoara; o publicitário e produtor Mario Nakamura; Keyti Souza, diretora-executiva da Têm Dendê Produções; e Edison Martins, publicitário.

JÚRI POPULAR

Para o público, o melhor curta pernambucano foi Inocentes, realização de Pedro Ferreira. O Resto, de Pedro Gonçalves Ribeiro, foi eleito o melhor curta nacional. O melhor longa-metragem, de acordo com o Júri Popular, foi Receba!, do diretor Pedro Perazzo.

PRÊMIO DA CRÍTICA

Com time composto por Francisco Carbone, Camila Henriques e Júlio Cavani, a crítica especializada entregou a Calunga de Melhor Longa para Deserto Particular. O prêmio de Melhor Curta Nacional ficou com O Resto, de Pedro Gonçalves Ribeiro.

ENTREGA OFICIAL

Como o contexto da pandemia impediu a entrega presencial dos troféus do ano passado, o festival aproveitou o ensejo da retomada para entregar os Calungas dos vencedores da programação de 2020. A lista já havia sido divulgada no ano passado.

Apesar da presença de vencedores de categorias como Melhor Filme (Mulher Oceano, de Djin Sganzerla) e Melhor Direção (Gabriela Barreto, de Memórias Afro-Atlânticas), nem todos conseguiram receber, mas isso não impediu alguns discursos enfáticos.

A atriz paraibana Zezita Matos, por exemplo, foi bastante ovacionada ao receber o prêmio de Melhor Atriz, aos 79 anos, pelo filme O Quarto Negro, de Carlos Kamara. "Quero dividir esse prêmio com todas as mães e famílias que perderam entes queridos. É uma indignação minha. Ao mesmo tempo em que estou feliz de voltar a um palco, isso me dá revolta", disse.

Ainda sobre os troféus de 2020, outro destaque foi o curta O que pode um corpo (RS), de Victor Di Marco e Márcio Picoli. O primeiro, que é uma pessoa com deficiência, emocionou o público ao receber o prêmio de melhor curta nacional.

"Eu não poderia não falar da importância do nosso prêmio e que nosso governo tenta acabar com as políticas públicas para pessoas com deficiência. Falar de escolas que segregam. Levar um pouco a ideia de corpos possíveis é uma questão muito importante. Se fala de universidade e nunca se inclui pessoas com deficiência", disse Di Marco.

Sandra Bertini, diretora do Cine PE, relembrou como foi desafiador realizar a edição de 2020. "Eu gosto muito de fazer essa entrega para a minha cidade, para o meu Estado, e o maior momento sempre é essa realização da entrega ao público. Ano passado não pude fazer, mesmo que constrangida, não dependia de mim. Eu estava fazendo a produção desse festival com covid e diagnóstico de câncer de mama. O Cine PE de 2020 ficará na minha história de vida. Eu não poderia completar um ciclo se não trouxesse vocês presencialmente para receber o prêmio", completou.

CONFIRA A LISTA COMPLETA DE PREMIADOS:


PRÊMIO CANAL BRASIL
“Aurora - A Rua Que Queria Ser Rio”, de Radhi Meron

PRÊMIO DA CRÍTICA – ABRACCINE
Melhor Curta Nacional – "O Resto", de Pedro Gonçalves Ribeiro
Melhor Longa-Metragem – "Deserto Particular”, de Aly Muritiba

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS
Melhor Filme – “Terceiro Andar”, de Deuilton B. Junior
Melhor Diretor – Deuilton B. Junior (“Terceiro Andar”)
Melhor Roteiro - Deuilton B. Junior (“Terceiro Andar”)
Melhor Fotografia – Pedro Melo e Enzo Ferrano (“Playlist”)
Melhor Montagem – Manuela Ferrão e Pedro Ferreira (“Inocentes”)
Melhor Edição de Som – Diego Melo (“Cannabis Medicinal no Brasil: A Guerra pelo acesso”)
Melhor Direção de Arte – Nathalia Monteiro (“Playlist”)
Melhor Trilha Sonora – (“Playlist”)
Melhor Ator – Gabriel Gomes (“Playlist”)
Melhor Atriz – Julyana Batista (“Playlist”)
Menção Honrosa – “Entremarés”, de Anna Andrade. Pela luta e resistência das mulheres em acompanhar a maré e fazer dela sua vida.

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS NACIONAIS
Melhor Filme – “Nada de Bom Acontece Depois dos 30”, de Lucas Vaconcelos
Melhor Diretor – Lucas Vasconcelos (“Nada de Bom Acontece Depois dos 30”)
Melhor Roteiro – Thiago Foresti (“Algoritmo”)
Melhor Fotografia – Pedro Gabriel Miziara (“Nada de Bom Acontece Depois dos 30”)
Melhor Montagem – Daniel Sena (“Algoritmo”)
Melhor Edição de Som – Micael Guimarães e Ipê Amarelo Filmes (“Algoritmo”)
Melhor Direção de Arte – Erick Souza (“Aurora – A rua que queria ser um rio”)
Melhor Trilha Sonora – Alohamath, Mathias Froes (“Sonho de Verão”)
Melhor Ator – Pedro Nercessian (“Nada de bom acontece depois dos 30”)
Melhor Atriz – Agda Couto (“Algoritmo”)
Menção Honrosa - “Áurea”, de Hewelin Fernandes. Pela valorização da tradição ancestral realizada pelas parteiras.
Menção Honrosa - “Corpo Mudo”, de Marcela Schield. Pela importância do tema abordado.

MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS
Melhor Filme – “Deserto Particular”, de Aly Muritiba
Melhor Diretor – André Bomfim (“Ainda Estou Vivo”)
Melhor Roteiro – Luiz Antonio Pilar e Luis Alberto de Abreu (“Lima Barreto ao Terceiro dia”)
Melhor Fotografia – Matheus da Rocha Pereira (“Os ossos da Saudade”)
Melhor Montagem – Bruna Carvalho Almeida (“Ainda estou vivo”)
Melhor Edição de Som – Napoleão Cunha (“Receba!”)
Melhor Direção de Arte – Doris Rollemberg, por (“Lima Barreto ao Terceiro dia”)
Melhor Trilha Sonora – Felipe Ayres (“Deserto Particular”)
Melhor Ator Coadjuvante – Luthero Renato de Almeida (“Deserto Particular”)
Atriz Coadjuvante – Zezita Matos (“Deserto Particular”)
Ator – Antonio Saboya e Pedro Fasanaro (“Deserto Particular”)
Atriz – Evelin Buchegger (“Receba!”)
Menção Honrosa – A comissão julgadora do 25º Cine PE concede menção honrosa pela luta, resistência e memória afetiva, retratados no documentário “Muribeca”.
Menção Especial - A comissão julgadora do 25º Cine PE oferece uma menção especial pela importante iniciativa de ressocialização e principalmente pela disponibilidade e entrega do elenco do documentário “Ainda Estou Vivo”.

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