Há 20 anos, Brasil perdia Cássia Eller com carreira promissora
Artista ganhou homenagem do filho Chico Chico e single inédito gravado em 1985; Em 2022, edições de gravações e projetos fonográficos coletivos vão celebrar 60 anos de seu nascimento
Há exatos 20 anos, em 29 de dezembro de 2001, o Brasil perdia precocemente o talento da cantora, compositora e instrumentista Cássia Eller. Aos 39 anos, ela sofreu um infarto do miocárdio e encerrou uma carreira promissora na música brasileira. A artista, que começou a carreira em Brasília (DF) e ganhou amplitude nos anos 1990, estava no auge da popularidade após o lançamento do CD e DVD “Acústico MTV”, que viria a vender mais de um milhão de cópias.
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As homenagens da efeméride começaram na primeira quinzena de dezembro com lançamento do single inédito "Espírito do Som", um blues de autoria de Chico Evangelista e Péricles Cavalcanti que Cássia gravou no formato voz e violão em 1985. A captação foi feita durante uma performance ao vivo do show “Dose Dupla", realizado com Janete Dornellas em Brasília, com direção musical de Márcio Faraco.
Sobre o single 'Espírito do Som'
"Espírito do Som" chegou às plataformas através da parceria do selo Porangareté com a gravadora Universal Music, detentora de toda a obra fonográfica de Eller. A capa traz uma foto tirada por Deborah Dornellas nos anos 1980.
Há seis anos, essa faixa deu nome ao álbum “O espírito do som - Vol. 1 - Segredo - Cássia Eller em Brasília” (2015), distribuído via Coqueiro Verde Records no formato de CD. Contudo, a faixa-título não entrou na seleção do primeiro volume. Outra obra póstuma recente foi “Todo veneno vivo” (2019), uma ampliação do álbum ao vivo de 1998. Em 2017, também foi lançada “Chocante”, canção que a cantora gravou em 1986 para um musical chamado “Gigolôs”.
Mais homenagens nos 60 anos
Em novembro, Chico Chico, filho da cantora, lançou o seu primeiro álbum solo, "Pomares". Uma das faixas, "Mãe", faz uma homenagem à Cássia. Ele apresentou a canção ao lado de Nando Reis, grande amigo e parceiro musical da mãe, no Prêmio Multishow.
Os tributos apenas "começaram" porque vão ser emendados com os 60 anos do nascimento da artista, celebrados em 10 de dezembro de 2022. A efeméride motivará edições de gravações e projetos fonográficos coletivos que vão celebrar a obra e o legado da artista.
O violonista Rodrigo Garcia, que fez parte da banda de Cássia Eller, cuidou da edição dos dois álbuns recentes citados. Em entrevista ao jornal O Globo, ele afirmou que existem planos para reedições de álbuns em vinil, com livretos, e o projeto de fazer um disco da Cássia compositora, área em que ela atuou pouco.
"Juntando umas cinco músicas já lançadas, umas vinhetas e ideias, mais uma canção que ela começou a fazer com a Marisa Monte, dá para chegar a dez faixas", disse Rodrigo. "Também queremos lançar o segundo volume do 'Espírito do Som', com gravações ao vivo. E quem sabe fazer duetos dela com cantores com os quais ela nunca gravou, a partir de uma pré-produção de voz e violão para o disco “Com você... meu mundo ficaria completo".