Marcha da Cultura ocupará cidades brasileiras, incluindo o Recife, neste domingo
Manifestação reivindica pautas como a reintegração do setor ao status de Ministério, mudanças na Lei Rouanet, divulgação de programas como Vale Cultura e a fiscalização das Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo
Recife será uma das cidades a receber a Marcha da Cultura, manifestação realizada pela primeira vez para reivindicar políticas públicas amplificadas para o setor, com investimentos proporcionais à sua arrecadação para os cofres da União (PIB). A marcha é organizada pelo GT-OCEB (Organização pela Cultura e Entretenimento do Brasil), saindo às ruas neste domingo (27), às 15h, com concentração no Marco Zero. Salvador, Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Rio de Janeiro e São Paulo também realizarão o ato.
A Marcha também irá pautar temas como a reintegração do setor ao status de Ministério; a realização do fórum de debates com os profissionais sobre as necessárias mudanças na Lei Rouanet; a ativação real e divulgação de programas de incentivo como o Vale Cultura e o Turismo com Música; e a fiscalização das Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo.
Outro tópico abordado pelos manifestantes é a volta da discussão sobre as Leis 11.769/2008 e a 13.278/16, que deveriam trazer de volta o ensino de música, teatro, dança e artes visuais como matérias curriculares das escolas do ensino fundamental (municipais). De acordo com os organizadores, essas leis não são cumpridas por falta da representatividade política do setor.
A Organização pela Cultura e Entretenimento do Brasil, cujo diretor executivo nacional é Thelles Henrique, nasceu durante a pandemia e vem tentando formar "bancadas da cultura". O conteúdo enviado pelos organizadores esforça que a marcha será "apartidária, pacífica, e recheada de intervenções artísticas", com a participação de artistas, técnicos, produtores, empresários e prestadores de serviços. Em Pernambuco, os coordenadores são Margarett Leite e Manoel Luís Filho. Eles estimam entre 500 e 600 participantes no ato do Recife.
"A sociedade civil receberá a nossa carta manifesto, contando um pouco da frágil situação do setor que sofre com a ausência de políticas públicas condizentes com a sua importância na vida das pessoas e na economia do país, relembrando que tal importância é claramente percebida em fatos históricos como quando através dos seus artistas", diz o comunicado.
"O setor foi o grande responsável pela formação de opinião e mobilização da população na luta pela implantação do regime democrático no país e a triste constatação de que trinta e sete anos depois, no momento em que desempenhamos o papel de verdadeiros salva-vidas da pandemia, gerando conteúdos digitais de entretenimento na fase de isolamento (lives, podcasts, séries e outros), atestamos que vivemos a triste condição de invisibilidade política e social, onde somente os grandes ícones das artes são vistos e tidos como referência de status e erroneamente creditado a todos os profissionais do setor", finaliza.