Entenda o que está por trás do aumento de preços da Amazon Prime
Companhia diz que serviço tem o mesmo preço desde o lançamento, em 2019, e que o reajuste vem após 'expansão de benefícios', mas existem mais motivos
Com informações da Agência Estado
A Amazon anunciou, nesta semana, o aumento dos valores do serviço Amazon Prime. A partir do dia 20 de maio, a mensalidade do serviço da gigante do varejo passará de R$ 9,90 para R$ 14,90 por mês, uma alta de 50,5%.
Já a anuidade irá de R$ 89 para R$ 119, um aumento de 33,7%. Quem já a assina o Prime terá o reajuste aplicado a partir de 24 de junho de 2022.
O que diz a Amazon
Mas o que justifica esse aumento? A companhia lembra que o serviço tem o mesmo preço desde o lançamento, em 2019, e que o reajuste vem após a "expansão dos benefícios", diz a companhia.
"Até 19 de maio, todos os novos clientes que assinarem o plano anual ou membros mensais que converterem sua assinatura para a anual poderão aproveitar o preço atual de R$ 89/ano pelos próximos 12 meses", diz.
A Amazon diz ainda que continua a investir no Prime e que, nos últimos anos, adicionou milhões de produtos ao programa com frete grátis.
No entanto, é possível afirmar que o aumento é mais uma consequência do cenário complicado para as empresas do streaming. Os serviços lidam com com aumento de custos, alta competitividade e dificuldade na retenção de assinantes.
Perca de bilhões
O aumento dos preços foi anunciado dias após a Amazon perder US$ 210 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) em valor de mercado só na última sexta-feira (29), pior dia da empresa no mercado financeiro desde 2006.
A queda de 14% no valor da companhia ocorreu após a fraca estimativa de crescimento para o próximo trimestre.
Balanço
No primeiro trimestre, a Amazon registrou prejuízo de US$ 3,8 bilhões - no mesmo período do ano passado, teve lucro de US$ 8 bilhões.
A perspectiva para a divisão de varejo da gigante é negativa por várias razões - uma delas é a reabertura de lojas físicas, o que devolveu à gigante concorrentes antes adormecidos pela pandemia.
A companhia também enfrenta alta nos custos. Um desses elementos é a inflação dos combustíveis, que influenciou toda a cadeia de entregas e de serviços. Pressões inflacionárias também devem reduzir o consumo em diferentes países.
"Hoje, como não estamos mais buscando capacidade física ou de pessoal, nossas equipes estão totalmente focadas em melhorar a produtividade e a eficiência de custos em toda a nossa rede de atendimento", disse Andy Jassy, presidente da Amazon, no relatório enviado a investidores.
"Isso pode levar algum tempo, principalmente porque trabalhamos com pressões inflacionárias da cadeia de suprimentos em andamento, mas vemos um progresso encorajador em várias dimensões da experiência do cliente",