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Integrante d'Os Gilsons comenta participação no jingle de Lula: 'Não tem porque se esconder'

Trio formado por filho e netos de Gilberto Gil faz primeiro show no Recife nesta quinta-feira (12)

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Emannuel Bento

Publicado em 11/05/2022 às 14:48 | Atualizado em 11/05/2022 às 16:01
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Nome em ascensão da "nova MPB", Os Gilsons fazem primeiro show no Recife nesta quinta-feira (12), a partir das 22h, no Teatro Guararapes. Em Pernambuco, o trio formado por filho e netos de Gilberto Gil havia feito apenas uma apresentação de réveillon em Maracaípe, no Litoral Sul.

Assim como outros nomes dessa geração, Os Gilsons mescla tradições da música popular brasileiro com uma sonoridade contemporânea, que agrada um público bastante jovem e atento às tendências do streaming.

"Ficamos muito felizes de fazer parte dessa nova cena. Buscamos por referências tradicionais em relação à música baiana, seja afrobaiana, afrobarroca, com toques de candomblé, da nossa nova, violões de nylon. Isso tudo nos influencia muito", diz José Gil, filho do novo imortal da Academia Brasileira de Letras e o mais velho do trio.

ZABENZI/DIVULGAÇÃO
MÚSICA Francisco Gil, João Gil e José Gil formam Os Gilsons - ZABENZI/DIVULGAÇÃO
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MÚSICA Francisco Gil, João Gil e José Gil formam Os Gilsons - ZABENZI/DIVULGAÇÃO
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MÚSICA Francisco Gil, João Gil e José Gil formam Os Gilsons - ZABENZI/DIVULGAÇÃO

Francisco e João Gil, que completam o trio, são netos. O projeto surgiu de forma despretensiosa, pois os parentes já mantinham a banda Cinara antes - que tinha Magno Brito, um recifense, na sua formação.

"A maior referência é Chico Science e Nação Zumbi", diz José, ao citar artistas de Pernambuco que inspiram o trio. "Tudo o que vem a partir disso. Lenine também, artistas desse calibre. Conheço bem Recife por conta da Sinara. Já toquei aqui com meu pai algumas vezes também", relembra José.

Os Gilsons ganharam espaço na música nacional com o EP "Várias Queixas", com single homônimo de sucesso, regravação de Olodum lançada em 2019 e que circulou mais durante a pandemia. O período de reclusão da sociedade serviu para a produção do primeiro álbum, "Pra Gente Acordar", que está sendo divulgado na atual turnê - e também conta com os singles "Duas Cidades" e "Proposta".

"Esse foi um período muito importante, apesar de difícil. As pessoas estavam escutando as nossas músicas em casa. A gente tinha a ideia de lançar um disco antes da pandemia, mas mudamos de planos justamente para esperar o momento mais adequado. Conseguimos criar, fazer parcerias com artistas da nossa cena e geração, com conexões que surgiram na pandemia, como o caso do Jovem Dionísio".

"A gente saiu da pandemia em outro patamar, estamos conhecendo esse público agora. Está sendo muito bacana", completa.

Recentemente, Os Gilsons apareceram juntos com nomes como Duda Beat, Lenine e Martinho da Vila no jingle da campanha presidencial de Lula. "Acho super importante, sempre estamos lutando pelo o que acreditamos", comenta José.

"Quando você tem certeza que um lado é melhor do que o outro, não tem porque se esconder. A gente tem um alinhamento ideológico com o Lula mesmo. Acreditamos nos programas sociais, na atenção à humanidade das pessoas para além da questão neoliberal do mercado. Tem que olhar as pessoas primeiro", acrescenta.

A "nova MPB” já foi criticada por ser menos política (comparada à geração da ditadura militar) em músicas. José Gil afirma que o single do Lula é partidário, mas que "Os Gilsons vai para além disso por ter críticas sociais."

"Nossa música tem uma crítica principalmente em relação às relações humanas. Fala de amores maiores, de uma esperança, então fala de uma questão política um pouco sensível, de ter uma vida mais digna, mais justa, mais bacana, para que possamos nos relacionar sem medo, sem preconceitos, livre de discriminação e de desigualdades. Para esse lugar político e de vida, o disco tem uma mensagem muito forte. Por isso o seu título é 'Pra a gente acordar'.", finaliza.

Os ingressos custam a partir de R$ 70 e já estão à venda pelo site Ticket360.

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