Jáder busca um forró menos heteronormativo em primeiro álbum solo. Conheça o artista
"QUEM MANDOU CHAMAR???" chega ao público nas vésperas do São João e no Mês do Orgulho, com participações de Johnny Hooker, Uana e Riquelme, lendário baterista da Aviões do Forró
Após lançar diversos singles que anunciaram carreira solo, o pernambucano Jáder lança seu primeiro álbum, "QUEM MANDOU CHAMAR???", produzido por Barro e Guilherme Assis. O projeto consolida uma pesquisa com o forró e seus subgêneros, trazendo-os para uma ótica pop e LGBTQIA+.
Não por acaso o disco chega ao público uma semana antes do São João e no mês do Orgulho LGBT. |Com singles que totalizam 1 milhão de streams nas plataformas, o trabalho tem como mote abordar o amor no forró através de linguagens e performances que fogem do hetenormativo.
O artista, que se identifica como não-binário em sua identidade de gênero, ressalta que o forró geralmente é "versado e focado no prazer masculino comum no forró". O álbum busca "um amor diverso, plural, possível de ser sentido em outros corpos", ressalta o texto de divulgação do projeto.
"Esse é um trabalho sensual e sexual, que exala o desejo carnal de um corpo dissidente e esse lançamento tem a sua importância por ser um disco de forró lançando no mês da visibilidade LGBTQIA+", contou.
As participações também ajudam a dar tom desejado: Johnny Hooker canta em "Larga Esse Boy" (que também está presente em seu novo álbum, ORGIA), Uana em "Falso Encanto" e Jéssica Caetano em "Te Dar".
Outra parceria especial está na música que dá título ao disco: "QUEM MANDOU CHAMAR???" conta com Riquelme, aquele baterista tão citado por Xand durante os shows ao vivo da Aviões do Forró. O baterista faz parte da história do forró estilizado.
"Riquelme é um dos maiores instrumentistas de forró vivo e para mim é de grande importância tê-lo no meu álbum de estreia", conta Jáder.
O álbum "QUEM MANDOU CHAMAR??" busca referências no forró eletrônico dos anos 1990/2000, no moderno piseiro, mas também na música pop e eletrônica, abordando temas como flerte, amor e sedução a partir de seu olhar como pessoa não-binária.
Em recente entrevista ao JC, o artista rebelou que considera "divas pop do forró" inspiração para seu trabalho.
"Minhas primeiras referências para esse trabalho foram divas pop, mas divas pop nordestinas do forró dos anos 1970: Elba Ramalho, Amelinha e Teresinha de Jesus. Por mais que eu tenha me distanciado do regional e tradicional, a referência continua", pontuou.