O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) recebeu na tarde deste sábado (20) uma petição da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que pede ao tribunal a inclusão de "de novos endereços de redes sociais pertencentes ao candidato", todos voltados ao público evangélico. As informações são da Folha de São Paulo.

A petição lista 12 endereços das redes sociais TikTok, Kwai, Twitter, Facebook e Instagram. Os perfis aparentam serem recém-criados, pois ainda não tinham seguidores ou não estão acessíveis até esse sábado.

Os perfis também não trazem descrições detalhadas. Um deles é o Twitter do "Restitui Brasil", que tem o mesmo nome de uma página que traz material de campanha direcionada a evangélicos.

Essa página ainda está em construção, mas já é possível ler citações bíblicas e material para contrapor ataques de cunho religioso conta Lula: "Pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu sou o Messias!’ e enganarão a muitos", diz um dos trechos.

"O Evangelho de Jesus é o Evangelho da vida em abundância. Não queremos um Brasil armado! O Brasil já foi uma das maiores nações do mundo, é tempo de restituição", diz outro texto.

A página tem área para cadastro que pede informações de preenchimento opcional, a exemplo de qual igreja ele pertence.

À Folha de São Paulo, a assessoria do candidato do PT afirmou que a criação dos perfis foi um pedido de evangélicos alinhados a Lula.

"Alguns setores evangélicos, tanto dos partidos da coligação quanto de fora dele, nos contataram com interesse em atuar junto a comunidades evangélicas na campanha, e para isso ser possível registramos esses sites e perfis no TSE", disse a assessoria.

Lula e Bolsonaro disputam votos de evangélicos

O Datafolha mostrou na última quinta-feira (18) que Jair Bolsonaro (PL) ampliou para 17 pontos percentuais a distância sobre Lula no segmento evangélico, saltando de 43% para 49% das intenções de voto no último mês, contra 32% do petista.

Desde o primeiro dia oficial da campanha eleitoral de 2022, os dois líderes nas pesquisas têm centrado discursos para a esse eleitorado.

Jair Bolsonaro (PL) sugeriu que, se perder as eleições, as pessoas podem ficar proibidas de falar em Deus. Lula acusou seu adversário de estar "possuído pelo demônio".

Nos bastidores da campanha, existe uma preocupação com a prevalência de Bolsonaro sobre os evangélico. O atual presidente, que tenta a reeleição, continua contando com o apoio de importantes líderes dessas igrejas.