GAL COSTA E MARIA BETHÂNIA ERAM BRIGADAS? Entenda o afastamento das cantoras
Gal Costa e Maria Bethânia começaram praticamente juntas, na década de 1960, mas se distanciaram e passaram quase 10 anos sem se falar
A cantora Maria Bethânia falou sobre a morte de Gal Costa, nesta quarta-feira (9). Muito abalada, Bethânia destacou a importância de Gal Costa para a história da Música Popular Brasileira (MPB).
As cantoras começaram praticamente juntas, na década de 1960, e integraram o quarteto Doces Bárbaros, com Gilberto Gil e Caetano Veloso. Apesar disso, se distanciaram e passaram quase 10 anos sem se falar.
Esse causo voltou à tona com o lançamento da série documental "O nome dela é Gal", uma homenagem aos 50 anos de carreira.
GAL COSTA E MARIA BETHÂNIA ERAM BRIGADAS?
No fim do primeiro episódio da série, Maria Bethânia entrega que há muitos anos as duas não se encontram - a produção foi lançada em 2017. Ela admitiu surpresa ao ser convidada para dar um depoimento.
Até aquele momento, a última vez que elas haviam se visto foi quando, em 2002, se juntaram a Caetano Veloso e Gilberto Gil para uma reedição dos "Doces Bárbaros". Desde então, nunca mais estiveram juntas ou se falaram.
O silêncio só foi quebrado uma única vez na ocasião da morte de Dona Canô, há quase cinco anos. Gal Costa mandou uma mensagem de pêsames para Maria Bethânia pela perda da mãe (a história é contada no documentário).
O gesto foi uma retribuição do o mesmo carinho que Bethânia teve com ela, comparecendo ao velório de Dona Mariah Costa, mãe de Gal, em 1993.
"Nessa época, as duas já estavam afastadas. Embora tenham até dividido o palco, algumas vezes, depois disso. Após Doces Bárbaros, elas passaram a não conviver mais", revela um produtor musical, ao portal Extra.
“Elas não se falam nem no aniversário. Difícil dizer se houve de fato uma briga, algum desentendimento. Talvez seja uma questão íntima, que só mesmo elas sabem”, disse um músico um músico.
A última vez que Maria Bethânia assistiu a uma apresentação de Gal Costa foi em 1981, no show “Fantasia”, no extinto (e saudoso) Canecão.
Ambas moraram por um tempo no Rio de Janeiro ao mesmo tempo. Porém, Gal Costa mudou-se para São Paulo e a distância entre as duas também passou a ser geográfica.
MARIA BETHÂNIA LAMENTA MORTE DE GAL COSTA
Muito abalada, Maria Bethânia se pronunciou sobre morte de Gal Costa em vídeo.
"Em choque, triste demais, difícil demais. Eu nunca pensei um dia chegar a vocês para falar sobre a dor de perder Gal. O Brasil que ela sempre encantou com sua voz única, magistral, hoje, inteiro, chora. Como eu", disse Maria Bethânia.
Gal Costa, lenda da MPB, morre aos 77 anos
Consagrada como uma das maiores vozes do Brasil, a cantora Gal Costa morreu aos 77 anos, em São Paulo. Segundo a assessoria de imprensa da artista, ela sofreu um infarto.
Gal Costa nasceu em Salvador em 1945, batizada de Maria das Graças Penna Burgos, segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, que conta de forma detalhada sua trajetória premiada na música nacional.
Fã de bossa nova desde a adolescência, Gal Costa fez seu primeiro show em 1964, na inauguração do Teatro Vila Velha, na capital baiana, já ao lado de nomes que lhe fariam companhia ao longo da carreira, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Tom Zé.
Relembre a trajetória de Gal Costa
Seu primeiro LP, Domingo, foi gravado em 1967, ao lado de Caetano Veloso e com produção de Dori Caymmi. Quando seu primeiro álbum individual foi lançado, em 1969, Gal Costa já havia gravado sucessos icônicos de sua carreira, como Divino Maravilhoso, apresentado no IV Festival de Música Popular Brasileira, e Baby, que fez parte do LP Tropicália.
Com uma carreira de interpretações inesquecíveis, a cantora também marcou época quando, em 1975, gravou Modinha para Gabriela, para ser o tema da novela Gabriela, da TV Globo. No ano seguinte, Gal Costa se uniu a Maria Bethânia, Gilberto Gil e Caetano Veloso para formar Os Doces Bárbaros, grupo que reuniu multidões em seus shows.
Ao longo dos mais de 50 anos de carreira, Gal Costa marcou com sua voz composições de grandes nomes da música brasileira, como Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, Festa do Interior, de Abel Silva e Moraes Moreira, Sonho meu, de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, Pérola Negra, de Luís Melodia, e Chuva de Prata, de Ed Wilson e Ronaldo Basto.