DANÇA

Espetáculo de dança com fogo ocupa parque público do Recife

Performance de dança com fogo da artista Marina Mahmood terá trilha sonora ao vivo, com acesso gratuito ao público no Parque Treze de Maio

Emannuel Bento
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Emannuel Bento
Publicado em 13/04/2023 às 16:05
FLORA NIGRO/DIVULGAÇÃO
DANÇA Lumiar, performance da artista Marina Mahmood - FOTO: FLORA NIGRO/DIVULGAÇÃO

Democratizando o acesso à arte e incentivando a formação de novas plateias em espaços públicos, o espetáculo de dança contemporânea Lumiar terá sua estreia no Parque Treze de Maio, no bairro da Boa Vista, coração do Recife, nesta sexta-feira (14), às 19h30.

A apresentação tem direção e performance da artista Marina Mahmood, acompanhada da trilha sonora desenhada ao vivo pelos músicos iezu kaeru, Diego Drão e Daniel Fino, e assistência de direção de Lau Veríssimo.

Lumiar é um espetáculo que busca resgatar a essência humana estimulando o acesso a memórias ancestrais através do movimento do corpo, da interação com o elemento fogo e de estímulos sonoros que dançam junto.

O ambiente criado vai, aos poucos, convidando o público a imergir em suas realidades internas, instintos e intuições, materializando e transmitindo sensações a partir da alquimia desenvolvida pela intérprete.

A dançarina Marina Mahmood utiliza materiais como bambolê, ferros e pó de serra para criar a relação com o fogo, em uma performance que inspira a potência que há dentro de todos nós, o amor, o autoamor, a magia de viver.

"Durante os processos de criação buscamos trazer à tona a ritualística do fogo, elemento de transmutação que nos reconecta com o inconsciente e com a força ancestral. Permanecer ou dançar ao redor do fogo nos conecta com a natureza e nos lembra que, apesar de humanos, somos divinos. O ritual nos remete ao universo dos sonhos, ao que palpita verdadeiramente dentro de nós e à mágica dos encontros verdadeiros", detalha Marina Mahmood, quem assina a idealização, direção e performance de Lumiar.

"É o que chamamos de ‘entrelugar’ imaterial, onde acessamos esse ‘eu’ que é humano-animal e divino. Essa ‘fresta’ é um campo de permissão, nela podemos ser quem quisermos sem as limitações sociais, culturais, julgamentos e ‘nós’ psicológicos que impedem que sejamos verdadeiros conosco e com os outros. Para desatar essas amarras é necessário reconhecer e exercitar diariamente essa natureza instintiva e intuitiva que nos torna vulneráveis e, portanto, abertos".

Um dos recursos para acessar esse "campo de permissão" é a utilização da música no processo de montagem e apresentações: a partir de texturas sonoras e tons de cena em ápices, quebras e continuidades, a trilha - realizada ao vivo - é pensada enquanto proposta rítmica para ativar o movimento e emoções da performer e do público. Os músicos iezu kaeru, Diego Drão e Daniel Fino têm um papel ativo tanto no processo de montagem como também estando presentes em cena, propondo a interação entre essas linguagens.

Após a apresentação da performance Lumiar, a programação segue, às 20h30, com um debate que irá promover uma interação entre o público e a equipe criativa do espetáculo, contando com intérprete em libras para pessoas com deficiência auditiva. Às 21h haverá, ainda, a exibição da videodança Corpo Onírico.

Projeto Lumiar segue para a Ilha de Deus
Procurando criar novas formas de (r)existir nas grandes cidades e ainda lançando o olhar sob a natureza que insiste em desabrochar mesmo cerceada pelo concreto e hábitos culturais e sociais não salutares, o projeto Lumiar propõe ações educativas e de intervenção urbana, tendo enquanto território a ser trabalhado (posterior a estreia no Parque Treze de Maio) a comunidade da Ilha de Deus – ainda sem data definida. A ilha é uma Zona Especial de Interesse Social" (ZEIS) e representa uma das maiores áreas de mangue em zona urbana do Brasil.

O projeto Lumiar tem patrocínio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE) e apoio do Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA), Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbos e da Casona Estúdio. O evento é aberto ao público e será uma oportunidade para apreciar a arte e refletir sobre as possibilidades de inclusão na cultura.

 

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