A obra do artista plástico pernambucano Montez Magno, marcada pela liberdade nas formas de expressão, ocupa os dois andares da Galeria Marco Zero, capitaneada pelos galerias Marcelle Farias e Ricardo Suassuna na Zona Sul do Recife, a partir desta quinta-feira (27), às 19h. A exposição "Canto à Liberdade" é composta por mais de 100 obras, com curadoria de Itamar Morgado e Bete Gouveia, e fica em cartaz até o dia 22 de junho. O acesso é gratuito.
Natural de Timbaúba, Montez Magno tem um acervo diversificado que vai de de pinturas, gravuras, esculturas, ready mades e assemblages, passando por incursões à performance e música aleatória, além de uma produção poética que registra uma dezena de livros publicados.
"Canto à Liberdade", nome da exposição, também intitula uma obra que é destaque da mostra. Ela ficará na extensão superior da galeria.
"O trabalho 'Canto à Liberdade' é uma projeção que faz alusão ao compromisso de Montez Magno com a sua própria autonomia em relação a qualquer dogma no campo de atuação. Com uma trajetória marcada pela independência e realizando experimentos em diversas linguagens e nos mais variados materiais e suportes, o amplo recorte da exposição revela a imensidão de um inventor de mundos, um dos mais significativos artistas da história da arte brasileira", diz a galerista Marcelle Farias.
O viés disruptivo de Magno abriu caminho para participações nas primeiras Bienais Internacionais de São Paulo, rendeu uma bolsa de estudos no Instituto de Cultura Hispânica de Madri e aproximou-o, no Rio de Janeiro, de um grupo de artistas que se tornariam expoentes do movimento neoconcreto brasileiro.
“Pensamos esta exposição para prestar um justo tributo a esse artista plural, inventivo, pioneiro que, ao aproximar-se da casa dos 90 anos, continua sendo, efetivamente, um homem de seu tempo. Por isso, a curadoria de Itamar Morgado e Bete Paes foi uma escolha perfeita para montar este panorama”, avalia Eduardo Suassuna.
O curador Itamar Morgado destaca que Magno renunciou à zona de conforto da estética figurativa dominante representada pelo Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife, rompendo com as fronteiras da temática regional para embarcar na linguagem construtiva.
"Não por acaso, depois de 70 anos de efetiva produção, sua obra continua singular e desafiando os esquemas classificatórios dos manuais da Academia e vem obtendo reconhecimento cada vez maior dentro e além das fronteiras geográficas do Estado", diz o curador.
"Há um eixo de matriz solar composto por cores exuberantes, saturadas e luminosas, que trava diálogo com a ordem espontânea da geometria popular nordestina, composto pelas séries Barracas do Nordeste, Fachadas do Nordeste, Colchas de Retalho e Tacos", diz a também curadora Bete Gouveia.
"Contrariamente, o segundo eixo, que abriga a série Tantra, a série Negra e Portas de Contemplação, concentra uma luminosidade rebaixada e difusa, menos precisa, e por isso silenciosa e introspectiva, cujos limites dos planos lineares se tornam duvidosos para nós; nos convidam ao infinito, ao vazio e guardam a dimensão do sagrado. Já no terceiro eixo, distribuído no piso superior da galeria, evidenciamos um conjunto de obras que se aproxima de um tipo de diálogo mais sutil e enigmático que, emanado de objetos, desenhos, pinturas, projeções e outras obras sem uma classificação específica, nas quais algumas, apesar da sua forte marca autoral, travam diálogos com o universo de alguns artistas históricos e outros autores para além do campo das artes visuais."
SERVIÇO
Exposição "Canto à Liberdade" – Exposição de obras do artista Montez Magno, com curadoria de Itamar Morgado e Bete Gouveia
Onde: Galeria Marco Zero (Avenida Domingos Ferreira, 3393, Boa Viagem)
Abertura: 27/04 às 19h |
Visitação: 27/04 até 22/6, de segunda à sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 17h
Quanto: Gratuito
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