CINEMA

Indiana Jones setentão vive o desafio de trocar a nostalgia por um futuro incerto

O lendário personagem criado por George Lucas e Steven Spielberg está prestes a se aposentar enquanto o mundo celebra a chegada do homem à Lua em "Indiana Jones e a Relíquia do Destino"

Agência Estado
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Publicado em 30/06/2023 às 23:24
DIVULGAÇÃO
Harrisson Ford se despede do personagem em 'Indiana Jones e a Relíquia do Destino' - FOTO: DIVULGAÇÃO

Indiana Jones e a Relíquia do Destino chega hoje aos cinemas brasileiros em um momento complicado. Não só os grandes blockbusters do verão americano estão penando nas bilheterias, como também o filme precisa cumprir duas tarefas nem sempre fáceis: resgatar a nostalgia dos mais velhos enquanto pavimenta uma estrada para o futuro da franquia, conforme cresce a dependência da Disney de viver de direitos autorais.

Com isso, é curioso - e até um pouco irônico - que Indy precise enfrentar o tempo em dose dupla. Primeiramente, na história. O lendário personagem criado por George Lucas e Steven Spielberg está prestes a se aposentar enquanto o mundo celebra a chegada do homem à Lua. Só que a aventura o chama de novo quando a afilhada, vivida por Phoebe Waller-Bridge, retorna a sua vida em busca de um artefato que promete viajar no tempo.

Obviamente, resgatar o aparelho não será uma tarefa fácil: Indiana Jones precisará não só lidar com a ganância da própria afilhada, mas também com o retorno de um nazista (Mads Mikkelsen) que enfrentou no passado distante e que, agora, também quer para si o mágico objeto.

Em segundo lugar, o tempo surge como um desafio para Indiana e para o diretor do filme, James Mangold (de Logan e Ford vs Ferrari), por conta dessa tentativa de apontar o desenvolvimento da história para três tempos diferentes. É o passado, nessas aventuras rocambolescas no Marrocos e em outros países considerados "exóticos"; o presente, na figura desse Indiana Jones mais cansado e vivendo em um mundo que o desconsidera; e o futuro, talvez na figura de Waller-Bridge (da série Fleabag).

Desses três apontamentos que surgem ao longo do filme, é o presente o mais saboroso - e, infelizmente, o menos aproveitado. É divertido, nostálgico e até um pouco inusitado ver um personagem tão amado vivendo uma vida sem glamour e sem ostentação, recebendo um relógio dourado no final de sua última aula. Coloca Indiana em um patamar nunca visto antes. Também é divertida e ousada a cena do cavalo no metrô, trazendo um comentário interessante sobre como a sua existência mudou. Não se encaixa mais no hoje.

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