MÚSICA

Banda Eddie faz releituras de clássicos do carnaval em novo disco

'Carnaval Chanson' conta com faixas como "Batutas de São José", "Frevo Nº 1 do Recife", "O Homem da Meia Noite" e tem vocais de Karina Buhr e Isaar

Emannuel Bento
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Emannuel Bento
Publicado em 12/07/2023 às 16:16 | Atualizado em 12/07/2023 às 18:28
CLARA GOUVEIA/DIVULGAÇÃO
Banda Eddie lança o disco 'Carnaval Chanson' - FOTO: CLARA GOUVEIA/DIVULGAÇÃO

O que existe em comum entre um frevo canção e uma música dos Beatles? Para Fábio Trummer, que lidera a banda Eddie, ambos contam com melodias fáceis de cantar, daquelas para "sair assobiando" involuntariamente.

Esse potencial "chiclete" é o que ele apelida de "chanson", uma referência à canção francesa. "A canção francesa é conhecida por essas melodias fáceis e associativas. Sempre pensei que a música de carnaval brasileira era isso, sendo uma música riquíssima."

Quem ouvir o novo disco do grupo, "Carnaval Chanson", poderá contestar melhor o que o músico quer dizer. O projeto foi lançado em 11 de julho, sendo o primeiro álbum de releituras da Eddie, banda que iniciou a estrada em 1989.

Clássicos como "Batutas de São José" (João Santiago), "Frevo Nº 1 do Recife" (Antônio Maria), "O Homem da Meia Noite" (Alceu Valença, Carlos Fernando da Silva) e "É De Fazer Chorar" (Luiz Bandeira) ganham novas versões adaptadas ao já conhecido "Olinda Original Style" - que fez a banda despontar no manguebeat numa mistura de rock, surf music, reggae jamaicano, ska, frevo e samba.

Todas as faixas contam com vocais de Karina Buhr e Isaar, parceiras de longa data da banda - Buhr, inclusive, chegou a integrar a formação.

"É uma incrementação no sentido das harmonias, dos arranjos. A gente trabalhou muito melhor essa parte por conta do Samuel Mota, que é um músico de escola de música. O frevo tem disso, de ser uma música de mestres, maestros e gente que estuda muito. Não é o nosso caso", diz Trummer. Mota, citado por ele, somou na guitarra, violão, teclado, escaleta, baixo e banjo.

CLARA GOUVEIA/DIVULGAÇÃO
Banda Eddie lança o disco 'Carnaval Chanson' - CLARA GOUVEIA/DIVULGAÇÃO
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Banda Eddie lança o disco 'Carnaval Chanson' - CLARA GOUVEIA/DIVULGAÇÃO

A Banda Eddie, completada por Alexandre Urêa (percussão e voz), Andret Oliveira (trompete, teclados e sampler), Rob Meira (baixo) e Kiko Meira (bateria), já tinha vontade de fazer um disco de releituras há tempos.

A sugestão de regravar músicas do carnaval veio do produtor da banda, há cerca de um ano. "Além de ser fã desse tipo de música, ele viu uma boa oportunidade de trabalho, no sentido de sermos uma banda que trabalha bem os ritmos carnavalescos não só no carnaval, mas no ano inteiro. De certa a forma, é assim que as pessoas veem a banda."

O aspecto mercadológico do projeto também está presente na data de lançamento, distante do período de momo. "Somos uma banda independente, então serão necessários alguns meses até que o conteúdo do disco circule, que as pessoas descubram."

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Banda Eddie lança o disco 'Carnaval Chanson' - CLARA GOUVEIA/DIVULGAÇÃO
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Banda Eddie lança o disco 'Carnaval Chanson' - CLARA GOUVEIA/DIVULGAÇÃO

A escolha do repertório foi guiado por um sentimento que dificilmente um pernambucano poderia negar: memória afetiva. Ainda integram o repertório "Pra Tirar Coco" (Hamilton de Oliveira e Manoel Messias Holanda da Silva) e Casa Amarela (Moraes Moreira)

A sequência final é toda composta por hinos de agremiações, dando um inevitável tom saudosista a quem já pulou o carnaval em Olinda: Ceroula, Cariri, Segurucu e Segura Coisa.

"Algumas dessas músicas já cantávamos em shows, em meio a brincadeiras durante outras músicas da banda, como 'Pode Me Chamar'."

A recepção do público ainda está sendo maturada. Trummer, no entanto, já consegue perceber como os ouvintes de fora de Pernambuco se impressionam com a sonoridade complexa do frevo.

Foi a Orquestra de Frevo do Babá que participou com sax, trompete e trombone, adicionando um toque especial aos arranjos. "As pessoas notam uma sonoridade mais rebuscada, pincelada, técnica e menos 'naive'", diz.

A capa do álbum foi concebida por Mozart Fernandes, e as gravações foram realizadas nos estúdios Fruta Pão Records, localizado em Olinda, e Zarabatana Records, em Brasília. Agora, resta esperar os próximos shows para ver toda essa "chanson" se materializar ao vivo.

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