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Com Xuxa e Balão Mágico, streaming brasileiro vive revival dos anos 80

Série documental "Xuxa, O Documentário", no Globoplay, e o longa-metragem "A Superfantástica História do Balão", do Star , foram lançamentos de destaques nesta semana

Emannuel Bento
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Emannuel Bento
Publicado em 14/07/2023 às 0:00 | Atualizado em 14/07/2023 às 12:42
GLOBO/DIVULGAÃ?Ã?O
Série documental 'Xuxa, o Documentário', do Globoplay, revisita história da Rainha dos Baixinhos - FOTO: GLOBO/DIVULGAÃ?Ã?O

O streaming brasileiro vive nesta semana uma espécie de "revival" dos anos 1980 com produtos sobre fenômenos televisivos e musicais da época, com a série documental "Xuxa, O Documentário", no Globoplay, e o longa "A Superfantástica História do Balão", sobre a Turma do Balão Mágico, no Star .

O projeto de Xuxa, com direção de Pedro Bial, é como um retorno da 'Rainha dos Baixinhos' à sua principal casa, mas desta vez no âmbito do streaming e sem qualquer filtro. Serão cinco episódios lançados semanalmente, sempre às quintas.

A série vem despertando polêmica desde o anúncio das gravações, sobretudo porque Xuxa teve reencontros difíceis com o passado, a exemplo de uma conversa com Marlene Mattos, sua empresária por 19 anos.

Desde o fim da relação profissional, Xuxa já teceu diversas críticas a Mattos, a descrevendo como uma profissional "abusadora". Um trecho da nova conversa foi divulgada no "Fantástico" do dia 9 de julho e surpreendeu a muitos: Marlene confirmou que "não se arrepende de nada". "Você era uma marionete na minha mão e eu usava você pra fazer outras pessoas de marionete. E é assim", disse.

A polêmica não para por aí. A série também resgata ex-ator Marcelo Ribeiro, que contracenou com a apresentadora no filme "Amor, Estranho Amor" (1982), de Walter Hugo Khouri. O filme foi motivo de dor de cabeça por décadas graças a um trecho em que Xuxa aparece nua ao lado de Marcelo, que tinha 12 anos - a atriz tinha 17. Na série, eles assistem juntos à cena que marcou para sempre a vida de ambos.

Em entrevista à comunicação da Globo, Xuxa confirmou como a gravação foi um processo difícil: "Não é muito agradável mexer em certas caixinhas, já fechadas há um tempo, embora eu acredite que tenha sido necessário, senão seria um documentário em que as pessoas só veriam e ouviriam coisas que já sabem."

Ainda participam nomes como Sergio Mallandro; Renato Aragão; as ex-paquitas Andrea Veiga, Letícia Spiller e Tatiana Maranhão; Sandra Lorencini, uma amiga de infância; Luiza Brunet e mais.

Para Pedro Bial, que assina a direção com Cássia Dian e Mônica Almeida, esse documentário só foi possível porque Xuxa se tornou mais "consciente". "Ela estava presa numa gaiola de ouro durante um tempo e, agora, ela se libertou".

"Posso dizer que observei o processo de envelhecimento de Xuxa também como o de sua libertação; de ter se tornado uma mulher com todos os atributos que ela sempre teve, mas sem regulação, sem ninguém dizendo o que ela pode ou não fazer, e hoje ela pode tudo."

BALÃO MÁGICO

Quatro décadas após a explosão na música e na TV, o documentário "A Superfantástica História do Balão" reúne o quarteto original (hoje à beira dos 50 anos) para lavar a roupa suja e contar histórias inéditas do auge e do declínio do grupo infantil.

O curioso é que, apesar da participação de todos, os próprios ex-integrantes já estão criticando o resultado. Jair Oliveira e Simony já reagiram negativamente desde o trailer divulgado pelo Star . Após o lançamento, Simony contou que se surpreendeu com revelações feitas por pessoas que foram da produção. Ela, que tinha apenas cinco anos, disse que familiares a blindaram dos bastidores negativos do grupo.

"Confesso que muitas falas me decepcionaram, que pessoas foram escrotas. Depoimentos de pessoas que nunca conviveram comigo. Esse diretor que até então eu tinha o maior carinho, porque minha mãe me blindou das coisas horríveis que ele nos fez."

Os relatos mais interessantes do documentário partem de Tob e Mike. O primeiro, por exemplo, não esconde o tom de trauma que carrega do passado. Ele chega a chorar ao recordar uma briga que teve com Fofão:

"Não acertava o texto, e repete, repete. Ele estava de máscara, que esquentava, estava suando dentro. Chegou uma hora que ele pegou a máscara, jogou no chão e saiu andando. Aquele dia foi chato. Eu me senti mal."

Mike também guarda mágoas, mas optou por trazê-las em um tom de sarcasmo. "Houve uma época em que os shows eram caça níqueis, de apenas 40 minutos. Trabalhávamos como burros de carga", disse.

Simony, apesar dos relatos após o lançamento, tenta parecer mais positiva, preservando as boas lembranças. Sua mãe, Maricleuza Benelli, também participa: "Quase a família toda foi empregada. Ela conseguiu tirar todo mundo do circo. Ela mudou a vida de todo mundo."

Ainda participam nomes como Boni (ex-vice-presidente de Operações da Globo), Nilton Travesso (diretor do programa Balão Mágico) e Marcos Maynard (chefão da gravadora CBS). Após esse documentário, qualquer espectador ganhará uma nova compreensão sobre o fenômeno infantil.

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