Cacau de Paula deixa gestão João Campos e assume Cultura no Governo Raquel Lyra; saiba mais
Ligada ao PSD, jornalista deixa a secretária de Turismo e Lazer da Prefeitura do Recife para compor a base do Governo Raquel Lyra
Um mês após a saída de Silvério Pessoa da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco, a gestão anunciou nesta sexta-feira (18) quem passará a ocupar a pasta: a jornalista Cacau de Paula, que até então era secretária de Turismo e Lazer da Prefeitura do Recife.
A governadora Raquel Lyra empossará a nova secretaria nesta sexta, com ato no Palácio do Campo das Princesas, às 14h. A mudança foi articulada por André de Paula (pai de Cacau), presidente do PSD em Pernambuco e atual pelo ministro da Pesca do Governo Lula. Assim, a legenda deixa a gestão municipal do PSB para compor a base do governo estadual.
Quem é a nova secretaria de Cultura?
Cacau de Paula é formada em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), tendo ainda MBA em Gestão de Marketing e Vendas pela Cedepe Business School.
Além de Secretária de Turismo do Recife, a sua vida pública conta com passagens como executiva sênior de marketing, gestora de marketing nacional e diretora comercial da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), além de gerente de captação de Eventos Internacionais do Recife Convention & Visitors Bureau.
A classe artística pernambucana vinha acompanhado com atenção as movimentações para o anúncio do novo nome na cultura, após uma saída conturbada de Silvério Pessoa, que deixou o cargo na véspera do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) 2023.
Renata Borba, presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), vinha acumulando o cargo desde a baixa.
Desafios
Ao assumir Secult-PE, de Paula estará cercada de desafios. Desenhada na sua atual formatação em 2011, a pasta tem por finalidade e competência promover e executar a política cultural do Estado, demandando diálogo com representantes de diferentes linguagens e territórios, além dos interesses políticos de prefeitos e deputados.
Além desse diálogo constante, a pasta ainda precisa garantir a transparência dos editais dos ciclos festivos e solucionar problemas do Funcultura, principal fomento da cultura do Estado - que tem sido lançado com atrasos acumulados.
Diferente de Pessoa, que não tinha um perfil político, Cacau tem forte ligação como PSD e chega em um momento em que a Cultura conta com um relevante orçamento federal - R$ 100,1 milhões da Lei Paulo Gustavo (LPG).
Investigação
Neste mês, a Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), presidida pelo deputado estadual Waldemar Borges (PSB), encaminhou um pedido de informações ao Governo do Estado para fornecimento de dados em relação aos ciclos festivos (e demais eventos culturais), como Carnaval, Festejos Juninos, Ciclos das Paixões e Festival de Inverno de (FIG).
Ainda existe uma investigação preliminar que o Ministério Público de Pernambuco – MPPE abriu para averiguar supostos atos praticados na Secretaria de Cultura.
A investigação foi iniciada após denúncias anônimas sobre práticas irregulares nas contratações dos eventos realizados pela pasta, como uma suposta ausência de assinaturas do então secretário Silvério Pessoa em publicações no Diário Oficial - nos bastidores, comenta-se que esse seria o motivo por trás da debandada do músico e parte de sua equipe.
Além disso, alguns integrantes da Comissão de Educação e Cultura receberam várias denúncias a respeito de irregularidades que supostamente teriam ocorrido nessas atividades.
R$ 100 milhões em caixa
Toda essa mudança ainda ocorre quando o Governo de Pernambuco acaba de receber do Ministério da Cultura, em julho, R$ 100,1 milhões da Lei Paulo Gustavo (LPG).
Com isso, o orçamento da Cultura executado pela administração do Estado passa de R$ 115,4 milhões para R$ 215,5 milhões. A classe artística está atenta para uma execução correta e justa desse montante.
Do total do valor entregue, R$ 73 milhões serão destinados para a produção audiovisual (artigo 5º e 6º da LPG), por se tratar de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, que, por lei, precisam ser obrigatoriamente destinados para o segmento. Os outros R$ 26 milhões irão para as demais linguagens (artigo 8º).