LITERATURA

Érico Andrade reflete sobre a identidade negra em novo livro, lançado no Recife

Em "Negritude Sem Identidade", professor universitário critica a noção de identidade colonial para pensar o caráter subjetivo e comunitário da experiência de ser negro; Evento ocorre na Galeria Maumau, nesta quinta-feira (9)

Imagem do autor
Cadastrado por

Emannuel Bento

Publicado em 09/11/2023 às 10:28 | Atualizado em 09/11/2023 às 10:36
Notícia
X

No Mês da Consciência Negra, o professor universitário e presidente da ANPOF - Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia Érico Andrade lança o seu novo livro, "Negritude Sem Identidade" (N-1 Edições), no Recife. O evento de lançamento ocorre na Galeria Maumau, no Espinheiro, Zona Norte, nesta quinta-feira (9), a partir das 19h30.

Na obra, Andrade critica a noção de identidade colonial para pensar o caráter subjetivo e comunitário da experiência de ser negro.

Referenciando o psiquiatra e filosófo martinicano Franz Fanon, o autor entende a filosofia enquanto "máscara branca" e aborda como a identidade colonial foi imputada a corpos negros, propondo quebrar certos paradigmas ligados à identidade colonial. 

Ao tratar da construção da racialização, do racismo na filosofia moderna e os seus impactos no Brasil, "Negritude Sem Identidade" discute com a psicanálise para romper com o identitarismo branco e propor uma narrativa singular das pessoas negras a partir do relato autobiográfico do autor.

"Pra mim era dificil tomar a decisão de me entender negro, mesmo meu corpo apontando pra negritude, já que o que moldava meu pensamento era a branquitude que inclusive construiu a ideia de pardo, e eu comecei a perceber que esta categoria é construída pelos brancos para dividir as pessoas negras, por isso creio que seja importante dissolver a categoria de pardo, pois há uma massa parda, sobretudo no nordeste que sem dúvida nenhuma é negra", diz Erico Andrade.

Lançamento

O evento contará com uma sabatina de Érico Andrade realizada por Lilian Rodrigues, integrante do grupo de pesquisa Direito do Trabalho e Teoria Social Crítica da UFPE, e com a performance "O que não mata sangra" da multiartista Sophia Willian, que intercruza experiências de sua vivência de travesti negra com a orixá Obá.

No lounge quintal da maumau, um line-up de Fykya Pankararu traz ritmos pernambucanos que permeiam sua vivência indígena do povo Pankararu.

A realização do evento é da Distro Dysca, plataforma de agitação política e distribuidora de material contra-informativo, que disponibiliza o material da N-1 Edições no Recife. A noite terá exposição do material da Distro Dysca, que conta uma acervo político-crítico de livros e zines das Editoras N-1 Edições, Deriva, Monstro dos Mares e do selo Monstruosas.

SERVIÇO
Lançamento de "Negritude Sem Identidade", de Érico Andrade
Onde: Galeria Maumau (Rua Nicaragua, 173, Espinheiro)
Quando: nesta quinta-feira (9), às 19h30
Quanto: Entrada gratuita | Exemplares por R$ 68

Tags

Autor