MÚSICA

Em noites históricas, maestrina quebrou hiato de 73 anos sem mulheres regendo a Orquestra Sinfônica do Recife

Ao lado do Coro do Aria Social e de solistas, Rosemary Oliveira foi aplaudida de pé em concertos da terça (7) e quarta-feira (8)

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Emannuel Bento

Publicado em 09/11/2023 às 12:57 | Atualizado em 09/11/2023 às 13:01
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Em concertos realizados na última terça (7) e quarta-feira (8), o Teatro de Santa Isabel foi palco de noites históricas com os concertos da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR) regidos pela maestrina Rosemary Oliveira.

Ao erguer a batuta e conduzir os 67 músicos, a regente, vice-presidente do projeto Aria Social, tornou-se a primeira mulher, após 73 anos, a reger a mais antiga orquestra em atividade no país.

A primeira foi Joanídia Sodré (1903-1975), primeira maestrina do Brasil e da América do Sul e até então única a reger a OSR, em concerto realizado em setembro de 1950.

As apresentações ainda levaram ao palco os cantores líricos Rodrigo Lins e Gleyce Vieira. Quase 60 jovens do Coro do Aria Social também participaram da apresentação. Ao final dos concertos, eles foram foram aplaudidos de pé.

"Agradeço primeiramente a Deus, o criador da música, à Orquestra Sinfônica do Recife, ao nosso coro maravilhoso, a Gleyce, a Rodrigo e a todos do Aria Social, por esse momento tão especial em minha vida", disse Rosemary.

"Agradeço ao maestro Lanfranco Marcelletti Jr., pelo convite à nossa maestrina e vice-presidente e por ter aberto a oportunidade de nosso coro de jovens pisar num palco pela primeira vez. Estamos todos muito gratos", disse Cecília Brennand, presidente da Aria Social.

Concertos

ARIA SOCIAL/DIVULGAÇÃO
Cecília Brennand, presidente do Aria Social, e Rosemary Oliveira, maestrina e vice-presidente - ARIA SOCIAL/DIVULGAÇÃO

Para uma plateia lotada, a maestrina conduziu os músicos e cantores a apresentar primeiramente as árias "Se vuol ballare", "Voi, Chhe Sapete" e “Cinque… diece… venti… trenta”, de Bodas de Fígaro, de Mozart, com os solos de Rodrigo e Gleyce.

Na segunda parte do concerto, foi a vez de "Missa Armorial", obra-prima do compositor pernambucano Capiba, com arranjo do maestro Clóvis Pereira, trazer a mistura do erudito com o popular.

Na noite de estreia, antes do início do concerto, secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, destacou o significado daquela noite para o Recife e para a Orquestra Sinfônica.

"Estamos num teatro monumento com uma orquestra patrimônio, que, com muito esforço do conjunto e da gestão, voltou a fazer parte da agenda cultural de nossa cidade, estando viva, ativa e prestigiada pelo público", afirmou Ricardo Mello.

"Com a parceria do Aria Social e sob a regência da maestrina Rosemary Oliveira, vivemos realmente uma noite histórica, que diz muito do trabalho que vem sendo feito e da cidade que a gente sonha ter".

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Maestrina Rosemary Oliveira regendo Orquestra Sinfônica do Recife e Coro do Aria Social no Teatro de Santa Isabel - ARIA SOCIAL/DIVULGAÇÃO

A vice-prefeita do Recife, Isabela de Roldão, falou da alegria de ver uma mulher regendo a Orquestra Sinfônica do Recife após 73 anos.

"Essa noite de fato entra para a história da nossa cidade. A toda a orquestra e ao projeto Aria, o meu respeito, a minha admiração. A manutenção da cultura é essencial para o povo e é muito importante abrir o teatro para receber tanta gente de todas as idades e principalmente para que nossas crianças e jovens aprendam desde cedo o valor da nossa cultura, enquanto caminhamos rumo ao tão sonhado centenário da nossa Orquestra Sinfônica do Recife", disse Isabela.

Ainda prestigiaram o evento as secretárias municipais do Recife Ana Rita Suassuna (Desenvolvimento Social e Direitos Humanos), Ana Paula Villaça (Recentro), Glauce Medeiros (Mulher) e Adynara Gonçalves (Trabalho e Ação Social) e as vereadoras do Recife Aline Mariano, Cida Pedrosa e Liana Cirne.

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