Miró da Muribeca é eternizado com estátua no Recife Antigo; confira detalhes
Localizada na Avenida Rio Branco, obra assinada por Demetrio Albuquerque integra o Circuito da Poesia
Miró da Muribeca (1960-2022), já eternizado através de seus poemas, agora também será lembrado por uma estátua na Avenida Rio Branco, no Bairro do Recife, inaugurada na tarde do último dia 12 de março, no aniversário de 487 anos da capital pernambucana.
A obra é assinada pelo artista Demetrio Albuquerque e integra o conhecido Circuito da Poesia, que homenageia cerca de 20 personagens da literatura e da música pela cidade.
A inauguração da estátua de Miró contou com uma performance performance "O Miró que Vive em Mim", com Marlon Silva, Nina Rodrigues e Odailta Alves.
Um personagem do Centro
O poeta era conhecido por ser um andarilho da cidade. De acordo com a Prefeitura, a Avenida Rio Branco foi escolhido por esse ter sido um dos cenários constantes dessas suas andanças.
Vale ressaltar que a avenida, transformada em Boulevard nos últimos anos, vem recebendo o Festival Recifense de Literatura A Letra e A Voz.
Nascido João Flávio Cordeiro da Silva, Miró subverteu a rima e cunhou uma poética popular, urbana, negra e social. Foi um cronista da cidade (como ele próprio se intitulava), tendo escrito e publicado mais de 15 livros, alguns traduzidos para o espanhol e para o francês.
O artista vivia pelo centro do Recife, tendo passado os últimos anos no histórico Hotel Central. Naquele entorno, várias paisagens contam as suas histórias.
Mais uma estátua em breve
Outra personalidade literária homenageada pelo Circuito da Poesia ainda neste ano será a Lucila Nogueira (1950-2016), que ganhará estátua ficará no bairro da Jaqueira, nos arredores da Academia Pernambucana de Letras, localizada nas Graças.
Ela será a quarta mulher a integrar o Circuito - as demais são Clarice Lispector (Praça Maciel Pinheiro), Celina de Holanda (Praça José Sales Filho, na Avenida Beira Rio) e Janice Japiassu (Rua do Príncipe).
A obra também será assinada por Demetrio Albuquerque. Lucila Nogueira nasceu no Rio, mas naturalizou-se no Recife. Integrou a Geração 65, grupo literário pernambucano que também contou com nomes como Marcus Accioly, Raimundo Carrero, Maximiano Campos e mais. Seu primeiro livro, Almenara, foi lançado em 1979.
A partir daí, ela não deixou mais de publicar poesia, com mais de vinte livros lançados ao longo de sua trajetória. Em 2009, recebeu a Medalha Euclides da Cunha, da Academia Brasileira de Letras.
Circuito da Poesia
Após a inauguração de Lucila, o Circuito completará 22 estátuas. "A ampliação do Circuito reforça o convite à contemplação, usufruto e celebração de nossas belezas materiais e imateriais", diz Demetrio Albuquerque.
"Louvo o pioneirismo do Recife em acolher o Projeto do Circuito da Poesia, que tem crescido ao longo desses anos graças ao carinho da população, que primeiramente acolheu e compreendeu a importância de se louvar a rica cultura literária do estado, seja popular, erudita ou musical. Trazendo para perto, para seu dia a dia, a lembrança de quem fez a ideia de pernambucanidade. Viva a Poesia".
Veja a atual lista de estátuas do Circuito da Poesia:
Manuel Bandeira (Rua da Aurora);
João Cabral de Melo Neto (Rua da Aurora);
Capiba (Rua do Sol);
Carlos Pena Filho (Praça do Diário);
Clarice Lispector (Praça Maciel Pinheiro);
Antônio Maria (Rua do Bom Jesus);
Ascenso Ferreira (Cais da Alfândega);
Chico Science (Rua da Moeda);
Solano Trindade (Pátio de São Pedro);
Luiz Gonzaga (Praça Mauá);
Mário Mota (Pátio do Sebo);
Joaquim Cardozo (Ponte Maurício de Nassau);
Ariano Suassuna (Rua da Aurora);
Alberto da Cunha Melo (Parque 13 de Maio);
Celina de Holanda (Avenida Beira Rio);
Liêdo Maranhão (Praça Dom Vital);
Naná Vasconcelos (Marco Zero);
Reginaldo Rossi (Pátio de Santa Cruz); Janice Japiassu (Rua do Príncipe);
Tarcísio Pereira (Rua Sete de Setembro)