APRESENTAÇÃO

Espetáculo de dança "Arreia" reverencia história e atualidade do Caboclinho

Artistas Iara Campos e Íris Campos fazem temporada de apresentações gratuitas, que começam no sábado e domingo, na sede do Caboclinho 7 Flexas do Recife

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JC

Publicado em 03/04/2024 às 11:47
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Criado pelas artistas Iara Campos e Íris Campos, o espetáculo de dança Arreia faz duas apresentações gratuitas, sábado (6) e domingo (7), às 19h, na sede do Caboclinho 7 Flexas do Recife, no bairro de Água Fria, Zona Norte da cidade.

O mestre Paulinho 7 Flexas assina a direção de criação do espetáculo, que leva para a cena o imaginário que compõe o caboclinho. As artistas têm uma relação longeva e atuante no brinquedo popular: elas integram o 7 Flexas há 20 anos.

Para contar as narrativas que povoam o caboclinho, Arreia se inspira no universo dos sonhos do brinquedo popular. As artistas partiram de depoimento do Mestre Zé Alfaiate, fundador do Caboclinho 7 Flexas do Recife - ele conta que, num sonho, recebeu a missão do Caboclo 7 Flexas, de quem era devoto, para criar a agremiação, que desde 2021 é Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Ao mesmo tempo em que reverencia os antepassados do caboclinho, Arreia se situa no hoje, ao propor olhares de resistência das culturas indígenas dos povos do Nordeste. Manifestação ancorada nestas culturas e, principalmente, no culto à Jurema Sagrada, o caboclinho é, desde 2016, Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

"(A peça) 'Arreia' é a realização de um sonho, é o nosso desejo de honrar, enquanto integrantes, a história do Caboclinho 7 Flexas do Recife. O espetáculo nos liga às nossas memórias ancestrais”, diz Iara Campos. “É também a expressão do nosso carinho e respeito pelo Mestre Zé Alfaiate, da amizade e confiança em Paulinho 7 Flexas, filho de Mestre Zé, e a irmandade com todos que integram e integraram o Caboclinho", completa Íris Campos.

Circulação por Pernambuco

Idealizado em 2020, durante a pandemia, para exibições online, Arreia foi redesenhado para plateias e inicia, pelo Recife, uma circulação de oito apresentações gratuitas, por meio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) do Governo do Estado de Pernambuco.

Após a capital, o espetáculo ocupará o palco do Teatro Apollo, em Palmares, na Mata Sul, nos dias 12 e 13, às 20h, e em seguida, chegará à sede do Caboclinho Canidé de Goiana, nos dias 20, às 19h, e 21, às 18h. Em breve, também fará sessões em Pesqueira, no Agreste, em datas ainda indefinidas.

As cidades escolhidas estabelecem uma relação com o espetáculo: no caso do Recife e de Goiana, pela história do caboclinho - Goiana, aliás, é palco, durante o Carnaval, do principal encontro de caboclinhos. Já Palmares e Pesqueira integram o projeto pelas histórias de resistência, respectivamente, de povos pretos, no Quilombo dos Palmares, e de povos indígenas, na demarcação das terras do povo Xukuru, na Serra do Ororubá.

A luta dos povos indígenas, bem como a presença destes no contexto urbano, e a resistência da cultura popular serão assuntos discutidos pelas artistas com o público em bate-papos previstos ao final das apresentações.

SERVIÇO

Arreia - com Iara Campos e Íris Campos

Dias 6 e 7, às 19h - Sede do Caboclinho 7 Flexas do Recife (Travessa Dowsley, 66, Água Fria, Recife)

Dias 12 e 13, às 20h - Teatro Apollo (Rua da Conceição, s/n, Centro)

Dias 20, às 19h, e 21, às 18h - Sede do Caboclinho Canidé de Goiana (Rua Vicente Celestino, 221, Casa A, Nova Goiana, Goiana)

Todas as apresentações são gratuitas

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