CINEMA

Cine PE 2024: Após abertura prestigiada, festival segue até dia 11 de junho. Confira destaques

"Cordel do Amor Sem Fim", de Daniel Alvim com Helena Ranaldi; e "Invisível", de Carolina Vilela e Rodrigo Hinrichsen, estão entre os longas do final de semana

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Emannuel Bento

Publicado em 07/06/2024 às 18:40 | Atualizado em 07/06/2024 às 18:47
Notícia

Após uma noite de estreia prestigiada na quinta-feira (6), o 28º Cine PE segue com exibições de curtas e longas-metragens nacionais até o dia 11 de junho. As mostras ocorrem no Cineteatro do Parque, na Boa Vista, com ingressos gratuitos na bilheteria, a partir das 17h. Já a mostra paralela, chamada Inquietações, ocorre no Cinema do Porto/Fundação, no Bairro do Recife, a partir das 14h.

O destaque deste sábado (8) é o longa-metragem "Cordel do Amor Sem Fim" (SP), de Daniel Alvim, que concorre na Mostra Competitiva de Longas-Metragens. A protagonista Helena Ranaldi, que é esposa do diretor, está representando o filme na noite.

Já a Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais conta com "Hoje Eu Só Volto Amanhã" (PE), animação de Diego Lacerda; "Sertão América" (ES/RS/PI), documentário de Marcela Ilha Bordin; "Sempre o Mesmo" (SP), ficção de João Folharini; e "A Chuva Não Me Viu Passar" (SC), de Leonardo Gatti.

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Helena Ranaldi em "Cordel do Amor Sem Fim" - DIVULGAÇÃO

Lançamento de livro

Ainda neste sábado, o educador e economista Cristovam Buarque traz para o Recife seu livro "Conversa com Edmar Bacha". Em 2022, Buarque e Bacha participaram do seminário "Cenários Econômicos, Políticos e Sociais para 2023: O que Será do Brasil?", que integrou a programação do 26º Cine PE; um dos resultados desse encontro foi a decisão de escrever este livro. Nesta edição, os dois economistas se reencontram para debater sobre a obra e os desafios e oportunidades para o desenvolvimento do país.

Nascido no Recife, Cristovam Buarque foi reitor da UnB, governador do Distrito Federal, senador da República e Ministro da Educação, quando criou o programa Bolsa-Escola. O mineiro Edmar Lisboa Bacha foi um dos integrantes da equipe econômica que criou o Plano Real e atualmente ocupa a cadeira de número 23 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono foi José de Alencar.

Domingo

No domingo (9), o ator Dan Stulbach, que contracenou com Helena Ranaldi na novela "Mulheres Apaixonadas" (2003), também chega ao evento representando o curta-metragem de "Jogo de Classe" (SP), de Quico Meirelles. O reencontro de Ranaldi e Stulbach no festival tem despertado a atenção da imprensa do País.

Outros títulos da Mostra Competitiva de Curtas são "Flores de Macambira" (ES), de Crianças Adolescentes da Comunidade de Macambira; "O Silêncio Elementar" (MG), de Mariana de Melo; e "Resistência" (RO), de Juraci Júnior. O longa da noite será "Invisível" (RJ), de Carolina Vilela e Rodrigo Hinrichsen.

Noite de abertura

FELIPE SOUTO MAIOR/FUNDARPE
Cineteatro do Parque, no Recife, durante o 28º Cine PE - FELIPE SOUTO MAIOR/FUNDARPE
FELIPE SOUTO MAIOR/FUNDARPE
Diretor Guel Arraes durante a abertura do 28º Cine PE, Cineteatro do Parque, no Recife - FELIPE SOUTO MAIOR/FUNDARPE

A abertura do Cine PE de 2024 contou com a estreia nacional do aguardado filme "Grande Sertão", dirigido por Guel Arraes, que lotou o Cineteatro do Parque.

"O filme Grande Sertão transpõe a história do grande Guimarães Rosa da guerra no interior de Minas, no fim do século XIX, pra guerra da favela, entre polícia e bandidos, essa guerra que até hoje a gente tem dificuldade de entender. Eu não vejo solução nem à direita nem à esquerda", disse Guel Arraes.

"A direita tem uma solução ruim a curto prazo, a esquerda tem uma solução boa a longo prazo demais. E a arte não tem uma solução prática pra vida, como a política, mas a arte pode dar uma visão mais profunda, mais humana de uma realidade."

O festival iniciou com uma emocionante homenagem às trilhas sonoras de filmes brasileiros. A execução ficou a cargo da Orquestra Bravo, sob a batuta do maestro Dierson Torres, com a músicas “Olê, mulher rendeira”, do filme “O Cangaceiro”; “O que será”, de “Dona Flor e seus dois maridos”; “Bye bye, Brasil”, do longa de mesmo título; “Esperando na janela”, de “Eu, tu, eles”; “Bicho de sete cabeças”, do filme homônimo; “O tempo não para”, de “Cazuza”; e “Tempo perdido”, de “Somos tão jovens”

A noite também foi marcada por uma homenagem à atriz e cantora Tânia Alves por sua contribuição ao cinema e à música brasileira. Tânia recebeu a Calunga de Ouro das mãos do maestro Spok, do prefeito do Recife, João Campos, e da governadora do estado de Pernambuco, Raquel Lyra.

"Eu sou atriz graças a um pernambucano que me ensinou a pisar no palco de forma visceral e despudoradamente brasileira. Seu nome é Luiz Mendonça", declarou, relembrando ainda Robertinho do Recife, Alceu Valença, Geraldinho Azevedo, Carlos Fernando e Dominguinhos, além dos paraibanos Elba Ramalho e Zé Ramalho.

Presença política

Raquel Lyra comentou sobre a importância de fomentar a arte, a cultura e a economia criativa. "A gente não quer artista pedindo esmola. A gente quer artista que possa viver da sua arte o ano inteiro", pontuou a governadora.

O prefeito João Campos aproveitou a ocasião para comentar a recente desapropriação dos edifícios do Triannon e do Art Palácio, extintos cinemas de rua localizados na Avenida Guararapes, para a construção de um Instituto Federal: "Vamos fazer as salas de aula no Trianon e uma sala de audiovisual, que será usada como auditório do Instituto Federal e também um cinema aberto à população do Recife, no Art Palácio".

Ainda estiveram presentes os deputados federais Pedro Campos (PSB) e Maria Arraes (SD) e a ministra o Tribunal de Contas da União Ana Arraes, que prestigiaram o lançamento de Guel Arraes.

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