TEATRO

Jackson do Pandeiro: Musical que resgata episódios e músicas do 'Rei do Ritmo' entra em cartaz no Recife

Indicado ao APCA, "Jacksons do Pandeiro" cumpre agenda no Recife desta quinta-feira (27) ao domingo (30), no Cineteatro do Parque, sempre às 19h

Publicado em 26/06/2024 às 14:22
Notícia

Um verdadeiro mestre da música brasileira, Jackson do Pandeiro (1919-1982) está sendo homenageado pelo espetáculo da Barca dos Corações Partidos. O musical "Jacksons do Pandeiro" cumpre agenda no Recife desta quinta-feira (27) ao domingo (30), no Cineteatro do Parque, sempre às 19h.

A montagem estreou online na pandemia em 2020, ganhou os palcos dois anos depois e foi indicada como Melhor Espetáculo Virtual pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes).

A idealização e produção do projeto é de Andréa Alves, da Sarau Cultura Brasileira, responsável por espetáculos como "Elza", "Suassuna – O Auto do Reino do Sol", "Sísifo", "Macunaíma" e "A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa". "Jacksons do Pandeiro" tem direção de Duda Maia, texto de Braulio Tavares e Duda Rios e direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos.

Episódios e músicas

De acordo com Braulio Tavares, o espetáculo não é uma biografia, mas sim episódios e músicas do "Rei do Ritmo" que se relacionam com a vida dos atores em cena.

JONATAS MARQUES/DIVULAÇÃO
JMusical 'Jacksons do Pandeiro' - JONATAS MARQUES/DIVULAÇÃO
MATHEUS CASTRO/DIVULAÇÃO
Musical 'Jacksons do Pandeiro' - MATHEUS CASTRO/DIVULAÇÃO

"Optamos por distribuir a ação em brincantes que contam pedaços de suas histórias pessoais, as quais em muitos pontos coincidem com a história de Jackson. Falando de Jackson, falamos desses nordestinos anônimos. Falando deles, falamos do cantor e compositor que levou a vida deles para as rádios e as TVs, em forma de cocos e baiões", diz.

Ainda sobre a dramaturgia, Tavares explica: "Às vezes, o texto do espetáculo aparece em forma de música, às vezes como uma poesia ou um poema musicado. Cada vez que ele aparece, ele propõe uma nova brincadeira rítmica - mesmo não tendo uma métrica de poesia - por meio de um jogo de palavras ou outro mecanismo. A nossa ideia é fazer isso para dialogar com as músicas do Jackson, que tinham poesia, brincadeira e alegria".

Universo rítmico

O universo rítmico do homenageado norteou toda a concepção do musical. A diretora Duda Maia aprofundou sua pesquisa sobre a ideia de "corpo-rítmico" dos atores, ao abordar um compositor cuja obra é marcada pelo suingue, ginga e síncope, aquele tempo musical presente no samba e em outros gêneros, quando o ritmo sai do tempo esperado.

O elenco, formado por Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos, Duda Rios e Ricca Barros, divide a cena com artistas convidados: Jef Lyrio, Everton Coroné, Lucas dos Prazeres e Luiza Loroza. Juntos, passaram meses envolvidos em oficinas, pesquisas e em um longo processo de ensaios, quando o texto foi desenvolvido a partir de exercícios e histórias pessoais.

Trilha-sonora

RENATO MANGOLIN/DIVULAÇÃO
Musical 'Jacksons do Pandeiro' - RENATO MANGOLIN/DIVULAÇÃO

A construção da trilha sonora partiu de uma investigação sobre o vasto repertório de Jackson do Pandeiro. O musical reúne sucessos como "Sebastiana", "O Canto da Ema", "Chiclete com Banana", "Cantiga do Sapo" e outras composições menos conhecidas, que revelam mais da alma brasileira e sincopada do artista.

Além dessas canções, o musical traz músicas novas, que transformam a obra do homenageado, ao dar novos arranjos, acrescentar letras e introduzir canções criadas no processo. "É um ‘pedir licença’ à obra dele, mas sem deixar de homenageá-lo com todo respeito, carinho e admiração", conta Duda Rios.

Todos os instrumentos são tocados pelos atores em cena. "Trazemos a forma sincopada do canto para o jogo de cena o tempo todo. Em nosso título, Jacksons aparece no plural porque são várias histórias que se cruzam e se confundem com a de Jackson", reflete Duda Maia.

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