Confederação do Equador completa 200 anos. Entenda o movimento e confira a programação comemorativa em Pernambuco

Celebrações envolvem espetáculo teatral sobre Frei Caneca; edital da Fundarpe; palestras no Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico; e mais

Publicado em 01/07/2024 às 15:28 | Atualizado em 02/07/2024 às 11:51

Há exatos 200 anos atrás, em 2 de julho de 1824, um grupo de revoltosos declarou Pernambuco um país com governo próprio, aberto à entrada de qualquer outra província que também estivesse insatisfeita com a política centralizadora de D. Pedro I nos primórdios do Império.

O movimento pregava a República e a descentralização, atraindo a adesão da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. A Confederação do Equador durou pouco, não chegando a completar cinco meses.

Na época, o movimento foi proibido e severamente perseguido pelas tropas do imperador. Foram condenadas à morte 31 pessoas, entre elas o Frei Joaquim do Amor Divino, mais conhecido como Frei Caneca, que se tornou um herói entre os revolucionários.

Hoje, aparece como um ocorrido de menor importância nos livros didáticos, apesar de sua relevância para a história brasileira. Por isso, o bicentenário do movimento será celebrado em Pernambuco com um ano inteiro de comemoração e atividades, até dois de julho de 2025.

Ações

A abertura das comemorações ocorre nesta terça-feira (02/07), no Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, às 10h. Na ocasião, será apresentada a estreia do espetáculo "Frei Caneca - 200 anos da Confederação do Equador", de Carlos de Carvalho com produção de Paulo de Castro.

No evento, também será lançado o edital de um concurso que a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) vai promover para grupos teatrais divulgarem a Confederação do Equador. Serão selecionados dez espetáculos de médio e de pequeno porte para que difundam no território pernambucano a história da revolução e de Frei Caneca.

Frei Caneca

Uma das iniciativas que merece destaque é a reunião de pesquisadores e historiadores da Universidade de Pernambuco (UPE) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para apresentar o rosto de Frei Caneca, personagem que pagou com a vida por participar do movimento. Com a carência de representações do religioso, foi feito um minucioso estudo com referências históricas e iconográficas. O resultado final foi assinado pelo artista plástico Roberto Ploeg. A obra será exposta no lançamento das comemorações.

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Também será reeditada pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) a obra "Frei Joaquim do Amor Divino Caneca", organizado por Evaldo Cabral de Mello, e uma cartilha para os professores dos anos finais da rede estadual. A comissão ainda vai apresentar um selo postal comemorativo em parceria com os Correios.

Palestras

A programação prossegue na quarta-feira (3), com uma série de palestras no Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico do Estado, na Rua do Hospício, 130, Boa Vista, Centro do Recife.

Dentre elas, "Personagens da Confederação do Equador no Ceará", por Júlio Lima Verde Campos de Oliveira, às 9h; "Muniz Tavares entre a Revolução de 1817 e a Confederação do Equador", por Fred Cândido da Silva, às 9h45; e "A Confederação do Equador como primeira revolução constitucionalista do Brasil", por André Heráclio do Rêgo, às 14h. O encerramento está previsto para as 15h30, com o descerramento de um painel comemorativo e um coquetel.

Comissões

Exceto as palestras do IAHGP, as demais atividades agendadas para os próximos doze meses foram planejadas desde agosto do ano passado por uma comissão especial liderada pela vice-governadora Priscila Krause. O colegiado reuniu cerca de 20 entidades e órgãos pernambucanos.

Em âmbito federal, também foi criada no Senado Brasileiro a Comissão Temporária em Comemoração aos 200 anos da Confederação do Equador, que deve funcionar até março de 2025.

A presidente da comissão é senadora Teresa Leitão (PT-PE). Também compõem o grupo os senadores Humberto Costa (PT-PE), Fernando Dueire (MDB-PE), Jussara Lima (PSD-PI) e André Amaral (União-PB).

Nos dias 1º e 2, integrantes da comissão também farão uma pesquisa de material iconográfico e de documentação não disponível em rede na Vila Digital da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife.

Desfecho

O desfecho da Confederação teve uma reação implacável contra Pernambuco, que foi penalizado com a perda de território, como a Comarca de São Francisco, que compreende hoje o Oeste do Estado da Bahia. Anos antes, o Estado já havia perdido a Comarca de Alagoas, que compreende atualmente o Estado vizinho, pela Revolução de 1817.

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