Clube Vassourinhas de Olinda é eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco; confira lista com dez novos registrados

Clube Carnavalesco e Cultural Caiporas de Pesqueira, Caboclos Cahetes de Goiana e Chico Santeiro de Triunfo também estão na lista

Publicado em 02/08/2024 às 12:34 | Atualizado em 02/08/2024 às 15:36

Pernambuco agora tem mais dez mestres, mestras e grupos na lista de Patrimônios Vivos, que chega ao número de 105 registrados. A eleição ocorreu na quinta-feira (1º), em reunião presencial do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC-PE), na Academia Pernambucana de Letras (APL).

Os dez novos eleitos participaram do certame que contou com 103 candidaturas inscritas, das quais 98 foram habilitadas. Atualmente, para pessoa física, a bolsa é de R$ 2.263,26 e, para pessoa jurídica, de R$ 4.526,55.

Entre os selecionados, estão o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas de Olinda, o Clube Carnavalesco e Cultural Caiporas de Pesqueira, Caboclos Cahetes de Goiana e Chico Santeiro (Triunfo). Confira a lista completa:

  • Benedito Belo da Silva – Benedito da Macuca (forró, Olinda);
  • Caboclos Cahetes de Goiana (caboclinho, Goiana);
  • Clube Carnavalesco e Cultural Caiporas de Pesqueira – Caiporas de Pesqueira (clube carnavalesco, Pesqueira);
  • Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas de Olinda – Clube Vassourinhas de Olinda (clube carnavalesco, Olinda);
  • Francisco Vicente Nogueira – Chico Santeiro (artesanato, Triunfo);
  • Índios Tabajaras (tribo de índio, Goiana);
  • João Antônio da Silva – João Limoeiro (ciranda, Carpina);
  • João Luiz de Santana – João de Cordeira (mestre em caboclinho, João Alfredo);
  • Quadrilha Raio de Sol (quadrilha junina, Olinda);
  • Sociedade Musical Pedra Preta (banda filarmônica, Itambé).

Processo de escolha

Renata Pires/Secult/Fundarpe
Benedito da Macuca - Renata Pires/Secult/Fundarpe

Na reunião, o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural fez a leitura dos critérios e diretrizes que foram norteadores para a difícil missão da avaliação das candidaturas e escolha dos contemplados.

Entre os pontos construídos pelo próprio CEPPC-PE, foi orientado que se percebesse: o risco de desaparecimento de determinadas linguagens; os segmentos que não tenham sido contemplados; a priorização das interseccionalidades (gênero, risco social, etnia/raça); os que têm pouca visibilidade e acessam menos os editais; a vulnerabilidade social.

Também foi considerada a relevância do grupo ou pessoa; a regionalização por meio da representatividade dos municípios; a oportunidade para que pessoas e grupos que não acessam editais de fomento e têm dificuldade na manutenção de suas prática; a relevância do trabalho em prol da cultura, a idade do candidato ou antiguidade do grupo, a avaliação da situação de carência social do candidato, entre outras.

Sobre o registro

O Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco foi criado pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

A Lei Estadual nº 12.196, de 2 de maio de 2002, instituiu a concessão do título de Patrimônio Vivo do Estado Pernambuco (RPV-PE), que prevê o pagamento de uma pensão vitalícia para os mestres e/ou grupos culturais, selecionados por meio de edital público, lançado anualmente.

Como contrapartida, constitui dever do Patrimônio Vivo participar de programas de ensino e de aprendizagem de seus conhecimentos e técnicas organizados pela Secretaria Estadual de Cultura. Desta forma tem-se a garantia de que os saberes de um povo não se extingam, com a morte de um mestre ou grupo da arte de fazer, mas que se perpetue, com seus alunos e aprendizes.

Em 2016, em virtude do aumento significativo de inscrições para concorrer ao RPV-PE, houve a necessidade de ampliar o número de bolsas concedidas. Assim a Lei nº 15.944, de dezembro de 2016, aumentou de três para seis o número de bolsas anuais outorgadas aos mestres, mestras e grupos da cultura popular pernambucana.

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