Luiz Joaquim reúne críticas cinematográficas feitas por 25 anos em livro

"Vinte e cinco: escritos de cinema (1997-2022)", publicado pela Cepe, é dividido em perspectivas: cinema pernambucano, brasileiro e internacional

Publicado em 29/09/2024 às 20:25

O jornalista Luiz Joaquim, atual coordenador do Cinema da Fundação, teve o desafio de escolher 75 textos entre os mais de três mil assinados por ele. O resultado está no livro "Vinte e cinco: escritos de cinema (1997-2022)", publicado pela Cepe Editora. O prefácio é da professora do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Pelotas (UFPel) Ivonete Pinto.

O evento de lançamento ocorre nesta segunda-feira (30), das 19h às 22h, no Cinema da Fundação do Derby, no Centro do Recife.

Antes da sessão de autógrafos, ele bate um papo com o crítico e curador Ernesto Barros, com o tema "A possibilidade de a crítica de arte/cinema ser ou não identificada como um gênero literário". Também será exibido o curta "Conceição", analisado no livro e dirigido por Heitor Dhalia.

Autor de "Celso Marconi: o senhor do tempo" (Cepe Editora, 2020) e "Cinema brasileiro nos jornais" (Massangana, 2018), Joaquim trabalhou como repórter e crítico de cinema no Jornal do Commercio e posteriormente na Folha de Pernambuco.

'Livro pode talvez ajudar iniciantes ou potenciais'

"Quando imaginei o livro pensei que seria interessante selecionar um texto para cada um dos anos vividos no período que corresponde aos primeiros 25 anos de minha carreira no segmento da crítica cinematográfica", diz o autor.

"Interessante por duas razões. Uma é, num certo sentido, pedagógica pois disponibiliza em uma única publicação os textos de um mesmo autor escritos ao longo de mais de duas décadas. Isto, fatalmente fará o leitor atento perceber a evolução (ou involução) analítica e estilística desse mesmo autor", continua.

OSMARIO MARQUES/DIVULGAÇÃO
Luiz Joaquim foi repórter e crítico do Jornal do Commércio - OSMARIO MARQUES/DIVULGAÇÃO

"Em outras palavras, 'Vinte e cinco' pode talvez ajudar iniciantes ou potenciais. Um segundo critério foi selecionar críticas sobre filmes de realizadores que, à época da publicação nos jornais, não tinham, aos olhos dos brasileiros, a dimensão que possuem hoje. Na verdade, hoje aqueles cineastas são nomes incontornáveis na história contemporânea do cinema."

Perspectivas

O livro é dividido em três perspectivas: o cinema pernambucano, brasileiro e internacional. Cada capítulo conta com 25 críticas. No capítulo sobre os talentos pernambucanos, o autor escolheu críticas que "contemplam 25 nomes de realizadores bastante determinantes para o que se tornou o cinema local durante 1997 e 202, incluindo os hoje já consagrados e os hoje ainda vistos como promessas".

Na lista, estão nomes como Lírio Ferreira (Árido movie, 2006), Cláudio Assis (Febre do rato, 2011), Kleber Mendonça Filho (O som ao redor, 2012) e Fábio Leal (Seguindo todos os protocolos, 2022).

Cinema nacional e estrangeiro

O segundo capítulo reúne escritos elaborados no calor do momento da exibição de obras que marcaram a história do cinam nacional, incluindo cineastas que ascendiam, como Luiz Fernando Carvalho, realizador de Lavoura arcaica (2001), Breno Silveira, 2 filhos de Francisco (2005) e José Padilha, Tropa de elite (2007).

Também estão contemplados veteranos que voltaram a filmar após o fim da Embrafilme, em 1990, como Walter Lima Jr, com A ostra e o vento (1998), Eduardo Coutinho, Babilônia 2000 (2001) e Nelson Pereira dos Santos, Brasília 18% (2006).

Como explicou o autor, a parte sobre filmes estrangeiros traz nomes que, na época das publicações, não tinham as atuais dimensões. O diretor sul-coreano Bong Joon Ho, ganhador do Oscar e do Festival de Cannes de melhor filme com Parasita (2019), é um exemplo. Ele aparece com o filme "O Hospedeiro" (2007).

Outros nomes são Takeshi Kitano, no texto de 1999 para Hana-Bi: fogos de artifício, e Apichatpong Weerasethakul, no texto de 2010 para Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas.

SERVIÇO
Lançamento do livro Vinte e cinco: escritos de cinema (1997 – 2022), de Luiz Joaquim
Quando: segunda-feira (30), das 19h às 22h
Onde: Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Rua Henrique Dias, 609, Derby, Recife/Pernambuco
Quanto: Entrada franca
Preço do livro: 60,00 (impresso) e 30,00 (e-book)

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