Arte de Manoelzinho Salustiano leva a Mata Norte ao Bairro do Recife; saiba como visitar

"Não Pinta, Mas Borda" reúne telas, golas de caboclos de lança e estandartes; mostra tem abertura quarta-feira (9), às 19h, com entrada gratuita

Publicado em 08/10/2024 às 12:50

Filho primogênito do Mestre Salustiano, ícone da cultura popular do Nordeste, Manoelzinho Salustiano manifesta através de estandartes visuais a sua herança de tradições culturais da Zona da Mata Norte pernambucana.

O artesão de bordados celebra agremiações e cores presentes em folguedos como Cavalo Marinho, Maracatu de Baque Solto, Mamulengo, Ciranda e Coco de Roda. É ele quem faz, por exemplo, as golas de muitos caboclos de lança, protagonistas de cortejos do Maracatu, e adereços carnavalescos de outras agremiações.

A partir desta quarta-feira (9), às 19h, 29 obras do mestres estarão em exposição na Caixa Cultural Recife, o Bairro do Recife. A visitação da mostra "Não Pinta, Mas Borda" ocorre até 24 de novembro, com entrada gratuita.

Obras

PRISCILA BHUR/DIVULGAÇÃO
Manoelzinho Salustiano realiza exposição "Não Pinta, Mas Borda" na Caixa Cultural Recife - PRISCILA BHUR/DIVULGAÇÃO
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Manoelzinho Salustiano realiza exposição "Não Pinta, Mas Borda" na Caixa Cultural Recife - PRISCILA BHUR/DIVULGAÇÃO
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Manoelzinho Salustiano realiza exposição "Não Pinta, Mas Borda" na Caixa Cultural Recife - PRISCILA BHUR/DIVULGAÇÃO
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Manoelzinho Salustiano realiza exposição "Não Pinta, Mas Borda" na Caixa Cultural Recife - PRISCILA BHUR/DIVULGAÇÃO

A exposição reúne 29 obras, sendo 23 telas, duas golas e quatro estandartes. Essa coleção convida o público a um mergulho nas tradições populares de Pernambuco, ao mesmo tempo que traça um paralelo com releituras do pintor alemão-suíço Paul Klee (conhecido como "pai do abstrato").

Nessas criações de Manoelzinho, as lantejoulas substituem as pinceladas, criam texturas e cores que ressignificam e elevam a prática do bordado ao status de obra de arte.

Bruna Pedrosa e Guida Gomes assinam a curadoria do projeto. "Um com o mamulengo, o outro com fantoches, um com o bordado, o outro com a pintura. A vida deles se costura, na expressão artística, na firmeza das escolhas e de pensamentos livres", explica o texto curatorial da exposição. As organizadoras estarão também presentes na visita guiada de abertura.

Reconhecimento

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Manoelzinho Salustiano realiza exposição "Não Pinta, Mas Borda" na Caixa Cultural Recife - PRISCILA BHUR/DIVULGAÇÃO
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Manoelzinho Salustiano realiza exposição "Não Pinta, Mas Borda" na Caixa Cultural Recife - PRISCILA BHUR/DIVULGAÇÃO

O trabalho do artista é reconhecido no país e fora dele. O destaque foi o painel de 10m X 5,40m todo bordado no veludo com lantejoulas e miçangas em linha nylon colocado em um dos palcos em Paris, durante o evento "Ano do Brasil na França", em 2005.

Manoelzinho é Doutor Honoris Causa (Resolução UPE-026/2020) e Doutor Notório Saber em Cultura Popular, ambos os titulos concedidos pela Universidade de Pernambuco, campus Mata Norte.

Teve o livro "Manoelzinho Salustiano: História de um mestre no terreiro" publicado no Recife em 2021, no qual ganhou o Premio Literatura Clarisse Lispector na categoria melhor biografia no ano de 2022.

Viajou para Cuba (1998/2010), Estados Unidos da América (2003/2014), França (2005), Venezuela (2008) e Cabo Verde (2014), nesses países se apresentou, deu oficinas, aulas e palestras sobre artes, história e música, todas em relação a cultura popular e fez exposições dos seus trabalhos de bordados.

Oficina

O mestre Manoelzinho Salustiano também realizará oficinas de bordado durante o período em que a mostra estiver em cartaz, com inscrições gratuitas. As datas e horários serão divulgados nas redes sociais e no site da CAIXA Cultural.

SERVIÇO
Exposição "Não Pinta, mas Borda - Manoelzinho Salustiano"
Onde: CAIXA Cultural Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife)
Quando: abertura nesta quarta-feira (9), às 19h; visitação de 10 de outubro a 24 de novembro de 2024, de terça a sábado, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Quanto: Gratuito

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