Catarina DeeJah reúne 'bandeirolas gigantes' em exposição em Olinda

Artista apresenta trabalho da pintura em tecido e criação de bandeirolas no Museu Regional de Olinda, integrando os 40 anos do Ateliê Iza do Amparo

Publicado em 10/10/2024 às 13:33

Conhecida sobretudo pelas suas produções na música, Catarina DeeJah tem um trabalho na pintura em tecido e na criação de bandeirolas. Um recorte dessa produção forma a exposição "Artista-Prática Catarina DeeJah: De Que País Vem Este Carnaval? Se o Oriente Nasce em Meu Quintal", em cartaz no Museu Regional de Olinda, no Sítio Histórico, a partir desta sexta-feira (11), às 18h.

Ao invés das bandeirolas pequenas, como já as conhecemos, as seis obras desta exposição são 'bandeirolas gigantes' feitas de tafetá recortado a partir de padronagens que a artista acumula há uma década. A criação explora os quintais, ruas, o carnaval, o mar de Olinda e os povos que a habitam, sob a curadoria de Ana Gabriella Aires.

A mostra integra o circuito de exposições que comemora os 40 anos do Ateliê Iza do Amparo. Batizado por "Da Casa-Ateliê de Artistas-Etcétera ao Agora: Duas Gerações, Quatro Desdobramentos", esse circuito tem incentivo do Funcultura, do Governo do Estado.

A primeira exposição foi Paulo do Amparo, artista-filho de Iza do Amparo. Agora é a vez da sua irmã, Catarina Dee Jah. Depois, virão mais duas exposições: uma da própria Iza do Amparo e outra de Humberto Magno, artista visual falecido em 2021, com quem Iza do Amparo gestou e criou seus filhos e o ateliê — quando juntos chegaram a Olinda, em 1981.

Início

Catarina DeeJah explica que o seu trabalho com bandeirolas exatamente de forma manual e prática: "Comecei de forma improvisada, para criar a decoração de um baile no Clube Bela Vista [no Alto Santa Terezinha, Zona Norte do Recife]. Uni uma referência do artesanato tradicional das festas do México com a nossa cultura junina para criar bandeirinhas vazadas com tipografia própria e signos".

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Catarina DeeJah realiza exposição 'De Que País Vem Este Carnaval? Se o Oriente Nasce em Meu Quintal' - DIVULGAÇÃO

Passou, então, quatro anos reproduzindo-as à mão, cortando com tesoura de unha e estilete, até surgir a parceria com o Coletivo 3D, que possibilitou o corte a laser. O coletivo junto com a Hactus Creative são parceiros desta mostra no suporte técnico — devido ao tamanho das bandeirolas, alguns cortes foram feitos em quatro etapas e levaram cerca de duas horas.

Nelas, estão memórias de Catarina DeeJah — das crianças da casa-ateliê e das redondezas: "Na minha percepção, as cercas e os muros eram quase simbólicos. A gente saía em turma, brincando de se aventurar, para conhecer outros quintais e buscar frutas. Gazeava aula, soltava sementes pelo caminho de uma Olinda que era um grande jardim. Um mosaico de culturas".

Curadoria

A curadora Ana Gabriella Aires diz em seu texto que as criações da artista "estão implicadas por um fazer manual e prático associado a imagens e movimentos desde seu cotidiano: a matéria de seu trabalho é justamente esse fino tecido, o dia-a-dia, e suas práticas são apropriações e transformações desse cotidiano, das ruas, do que circula nas ruas, por entre as pessoas".

Curadora do projeto, Ana Gabriella Aires enfatiza que este circuito é "uma oportunidade de conhecer ou rever Iza, Humberto, Paulo e Catarina em quatro exposições articuladas pelo que são eles de artistas-etcétera. E o quanto isso que, parece, sempre foram e vão juntos sendo, vai-se transformando pelo que conviveram ou convivem, família que são".

"Artista-etcétera, conceito emprestado de Ricardo Basbaum, refere-se à situação do artista que 'questiona a natureza e a função de seu papel como artista’ e que possui 'fortes ligações com os circuitos locais em que estão inseridos'."

SERVIÇO
"Artista-Prática Catarina DeeJah — De Que País Vem Este Carnaval? Se o Oriente Nasce em Meu Quintal"
Onde: Museu Regional de Olinda — Rua do Amparo, 128, Sítio Histórico de Olinda
Abertura: dia 11 de outubro, das 18h às 21h
Visitação: até 3 de novembro — de terça a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 16h; aos sábados e domingos, das 14h às 16h; visitação com monitoria acontece de quinta a domingo, das 14h às 16h

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