Oficina Francisco Brennand inaugura nova exposição; conheça 'Cosmo/Chão'

Mostra trabalha conceitos de escultura expandida e território, reunindo 90 obras de 15 artistas de oito estados, ocupandondo áreas internas e externas

Publicado em 11/11/2024 às 14:43 | Atualizado em 11/11/2024 às 15:16

A Oficina Francisco Brennand, localizada na Várzea, Zona Oeste do Recife, está dando continuidade à nova política de exposição com obras de outros artistas, algo que começou em 2023.

A mostra inédita 'Cosmo/Chão' foi inaugurada no sábado (9), reunindo 90 obras assinadas por 15 artistas de oito estados do País. 

Ela ocupa o espaço expositivo da Accademia e áreas ao ar livre da Oficina, como o jardim e o Lago das Sombras. 

Com curadoria de Germano Dushá e Gleyce Kelly Heitor, a exposição explora conceitos de escultura expandida e território - que integra o eixo conceitual da oficina junto a "natureza" e "cosmologia".

"'Cosmo/Chão' é a ideia que desce para tomar forma terrena; e é o chão que sobe, ganhando corpo. É o infinito num punhado de terra. É a incorporação do todo em um contorno", definem.

A mostra fica em cartaz até setembro de 2025, com visitação das 9h às 17h -  bilheteria aberta até às 16h.

Artistas

BETO FIGUEROA/DIVULGAÇÃO
Visão aérea do salão Academia com a exposição 'Cosmo/Chão', na Oficina Francisco Brennand - BETO FIGUEROA/DIVULGAÇÃO
BETO FIGUEROA/DIVULGAÇÃO
Obras de Solange Pessoa e Cristiano Lenhardt montadas na Oficina Francisco Brennand - BETO FIGUEROA/DIVULGAÇÃO

A mostra reúne uma seleção de artistas que irão expor pela primeira vez na Oficina Francisco Brennand e, em alguns casos, na própria capital pernambucana. A coletiva é formada por:

  • Advânio Lessa (MG),
  • Aislan Pankararu (PE),
  • Castiel Vitorino Brasileiro (ES),
  • Celeida Tostes (RJ, 1929-1995),
  • Ceramistas de Itamatatiua (MA),
  • Conceição dos Bugres (RS/MS, 1914-1984),
  • Cristiano Lenhardt (RS/PE),
  • Christina Machado (PA/PE),
  • davi de jesus do nascimento (MG),
  • Josi (MG),
  • Mestre Guarany (BA, 1884-1985),
  • Thiago Martins de Melo (MA),
  • Tiago Amorim (PE) e
  • Solange Pessoa (MG)

Eles compõem a mostra ao lado de Francisco Brennand (PE, 1927-2019), formando um conjunto que explora temas como identidade, espiritualidade, memória e território.

"Queríamos artistas que trouxessem novas perspectivas, tanto formais quanto conceituais, de modo a ampliar as possíveis interpretações do público sobre o que esse território representa — tanto fisicamente quanto no imaginário cultural", diz Gleyce Kelly Heitor

Território

JULIO CAVANI/DIVULGAÇÃO
Obra de Aislan Pankararu na exposição 'Cosmo/Chão', montada na Oficina Francisco Brennand - JULIO CAVANI/DIVULGAÇÃO

Na exposição, a ideia de território é ampliada como um campo de conexões que integra dimensões culturais, sociais e espirituais.

"No contexto da prática escultórica, essa abordagem é essencial para repensarmos o território, onde o espaço ganha camadas de significação cultural, histórica e espiritual", diz Gleyce.

"Quando estamos dialogando com a Oficina e a obra de Francisco Brennand, essa conexão é ainda mais relevante. O universo escultórico desse artista é profundamente simbólico e habitado por mitologias pessoais".

Escultura

BETO FIGUEROA/DIVULGAÇÃO
Obras de Christina Machado e Celeida Tostes na exposição 'Cosmo/Chão', montada na Oficina Francisco Brennand - BETO FIGUEROA/DIVULGAÇÃO

O conceito de escultura também é ampliado quando faz um convite para reimaginarmos a definição clássica dos objetos artísticos tridimensionais e como ocupam o espaço.

A escultura toma como ponto de partida a noção de campo expandido, integrando materiais, instalações e até mesmo conceitos intangíveis como tempo e performance.

"A escultura serve para firmar laços, para criar signos, para dar contorno a certas experiências. É um dos componentes que transforma um espaço em um território; que confere sentido coletivo a um espaço. Essas reflexões são fundamentais para entender a obra de Francisco Brennand, um artista que levou a ideia de escultura ao limite", diz o curador Germano Dushá.

Terceira exposição

A mostra "Cosmo/Chão" marca a terceira vez que a Oficina Francisco Brennand acolhe uma exposição que inclui outros artistas em seu programa institucional.

As demais foram "Invenção dos Reinos" (2023-2024), com cerca de 30 artistas, e "CapiDançaBaribéNois" (2023-2024), do artista carioca Ernesto Neto.

O momento representa um passo na abertura do museu para outros criadores, uma proposta que se alinha ao desejo do próprio Brennand.

Antes de sua morte, em 2019, ele estabeleceu um instituto sem fins lucrativos para reger a Oficina e abrir novas possibilidades de diálogo entre seu legado e outras práticas artísticas contemporâneas.

SERVIÇO
Gratuidade no dia da inauguração de "Cosmo/Chão"
Onde: Propriedade Santos Cosme e Damião (Rua Diogo de Vasconcelos, S/N, Várzea)
Funcionamento: em cartaz até setembro de 2025, das 9h às 17h (bilheteria aberta até às 16h)
Quanto: R$ 50 e R$ 25 (meia) | residentes em Pernambuco R$ 40 e R$ 20 (meia)
Quanto: Gratuidade para crianças até 5 anos, professores e alunos da Rede Pública, funcionários de museus, guias de turismo.
Informações: (81) 2011-5466

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