Morre Marlos Nobre, maestro recifense de renome internacional, aos 85 anos
Conhecido por combinar o erudito com elementos da música popular brasileira, Nobre teve morte confirmada por familiares nesta quarta-feira (4)
O maestro, compositor e pianista pernambucano Marlos Nobre, um dos grandes nomes da música erudita brasileira, faleceu na última segunda-feira (2). A família confirmou a morte apenas nesta quarta (4), mas sem informar a causa.
Nascido no Recife, em fevereiro de 1939, Nobre foi um dos compositores brasileiros de maior expressão no cenário internacional na segunda metade do século 20, continuando a se destacar no presente século.
Ele ficou conhecido por uma linguagem eclética, combinando o erudito com elementos da música popular brasileira. Compôs cerca de 250 peças ao longo de sua carreira.
Em vida, recebeu distinções como a Ordem do Mérito Cultural do Brasil (na mesma ocasião de Naná Vasconcelos), e tornou-se o primeiro brasileiro a reger a Royal Philharmonic Orchestra de Londres, em 1990.
Trajetória
Marlos Nobre iniciou seus estudos no Conservatório Pernambucano de Música aos cinco anos. Em 1955, ele se formou em piano e teoria musical e estudou composição com H.-J. Koellreutter e Camargo Guarnieri entre 1960 e 1962.
Venceu concurso para solista de piano da Orquestra Sinfônica do Recife, em 1958. No ano seguinte, compôs sua primeira obra, "Concertino", para piano e orquestra de cordas.
Destaque
No começo da carreira, recebeu menção honrosa no 1º Concurso de Música e Músicos do Brasil, promovido pela Rádio MEC, em 1959, por "Concertino para Piano e Orquestra de Cordas".
Em 1962, muda-se para o Rio de Janeiro e passa a trabalhar na Rádio MEC (Ministério de Educação e Cultura).
Representa o Brasil na Tribuna Internacional dos Compositores (TIC) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, em 1966, com sua peça musical Ukrinmakrinkrin.
Nesse período, também teve atuação no cinema, produzindo trilhas sonoras para filmes do Cinema Novo, a exemplo de "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" (1969), de Glauber Rocha.
Ao longo da carreira, ainda estou com nomes como Alexandre Goehr e Günther Schüller, nos Estados Unidos, e trabalhou com Leonard Bernstein.