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Crítica
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artísticas, nas mais diversas áreas, como literatura, música, cinema e artes visuais.
A fotógrafa Wenny Mirielle Batista Misael, conhecida artisticamente como Uenni, conquistou o primeiro lugar na 2ª edição do Prêmio Mário de Andrade de Fotografias Etnográficas, na categoria Série Fotográfica, com a obra "Canjerê dos Pretos Velhos na Jurema Sagrada de Pernambuco".
O concurso é promovido pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura do Governo Federal. Confira as fotos:
Uenni trabalha com fotografia desde os 15 anos e integra a comunidade religiosa retratada, apresentando uma visão íntima e respeitosa de um dos rituais mais emblemáticos do terreiro Ilé Asé Orìsanlá Tàlàbí, popularmente conhecido como Terreiro Axé Talabi, localizado em Paratibe, Paulista.
O projeto é composto por registros realizados ao longo de dois anos consecutivos, retratando o Canjerê de Preto Velho, um ritual que celebra a sabedoria ancestral e a força dos Pretos Velhos na Jurema Sagrada.
Prêmio
O prêmio, dividido em duas categorias — Fotografia Individual e Série Fotográfica —, atraiu mais de 400 inscrições apenas na categoria em que Uenni concorreu, premiando os três primeiros colocados em cada categoria com valores de R$ 15 mil, R$ 12 mil e R$ 8 mil, respectivamente, além de seis menções honrosas.
"Eu nunca imaginei que fosse sequer receber uma menção honrosa, considerando a dimensão nacional do prêmio. Não tenho diploma que comprove que sou fotógrafa, nem os melhores equipamentos do mundo", diz Uenni.
"Muito menos a possibilidade de viver fotografando o que gosto, que é terreiro. Mas tenho a fé, a espiritualidade e o desejo de continuar me movimentando sem passar a perna em ninguém."
Patrimônio
O terreiro Ilé Asé Orìsanlá Tàlàbí tem um histórico de reconhecimento cultural, sendo declarado Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco em 2023 e Patrimônio Histórico e Cultural de Origem Africana e Afro-Indígena Brasileira do Município de Paulista em 2021.
"Sou imensamente grata ao Terreiro Axé Talabi por tudo, especialmente pela autorização para o uso das imagens. Mesmo sendo fotógrafa, isso não me concede o direito de divulgar esses registros sem a devida autorização. Não posso, e nem quero, reproduzir as mesmas práticas colonizadoras da branquitude", declara Uenni.