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Dia da Música Clássica: o excêntrico Erik Satie

Ele preferiu morrer de absinto do que de tédio

José Teles
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José Teles
Publicado em 05/03/2020 às 18:19
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Erik Satie, um provocador - FOTO: Divulgação

No Dia da Música Clássica, vamos de Erik Satie, um pândego, da música moderna, rotulado de impressionista, mas que foi influenciado pelo simbolismo. Havia algo de Duchamp em Satie, que dava títulos hilários às suas composições, Cinco Risadas ou o Bigode da Mona Lisa, ou Três Peças no formato de pêra.

Nas instruções de como deveriam ser interpretadas suas composições, em vez de “allegro” ou “andante”, por exemplo, ele escrevia: “Sinta inveja de um companheiro de jogo que tenha a cabeça grande”. Segundo Henry Cocteau, Satie procedia assim pra dessacralizar a arte, e ironizar a crítica e plateias que desdenhavam sua música.

Em seu livro Um Dia na Vida de um Músico, Eric Satie exagerou na tiração de onda. Escreveu que se inspirava entre 10h23 e 11h47 da manhã. Almoçava entre 12h11 e 12h14, e sentia mais inspiração das 3h12 às 4h07 da tarde. Jantava ente 7h16 às 7h20, comendo apenas alimentos brancos, ovos, açúcar, ossos, sal, banha, coco, arroz e certos tipos de peixes, entre outros pratos. Dormia com um olho aberto e tirava a temperatura a cada hora. Fumava por conselho do seu médico, por se não o fizesse alguém o faria por ele.

Mas do que Satie gostava mesmo, além de compor, era de absinto, que o levou a morrer de cirrose em 1º de julho de 1925. Em sua casa, que não deixava ninguém visitar, os amigos se depararam com sujeira, caos, e muitas composições inéditas.

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