Biografia

Anita Pallemberg foi mais que a namoradinha dos Rolling Stones

Modelo, atriz, ela criou a identidade visual dos Stones na década de 60

José Teles
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José Teles
Publicado em 09/03/2020 às 12:06 | Atualizado em 09/03/2020 às 12:51
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Anita Pallemberg, musa dos Rolling Stones - FOTO: Divulgação

Quando se citam as mulheres que habitaram o universo dos Rolling Stones, Marianne Faithfull é nome obrigatório, por se tornar, anos depois de sair do círculo de Mick Jagger & Cia, cantora e autora cult, pela música e vida atribulada. Raramente se dá crédito à influência queAnitaPallemberg, teve no comportamento e no visual da banda. Ela formatou a identidade visual dos Stones na década de 60. Atriz, modelo requisitada, de visual estonteante, segundo quase comentários dos que a conheceram na época.

Anitaé lembrada geralmente como mãe de três filhos de Keith Richards, de quem se separou nos anos 80.

Foi ela que levou os Stones ao look andrógino, ao convencer o namorado Brian Jones a vestir roupas que poderiam ser usadas por mulheres, a usar maquiagem nos olhos. O visual de Brian chamava tanta atenção na swinging London, que levou Mick Jagger a aderir ao estilo. Isto por volta de 1966, quando ele ainda tentava se impor como líder do grupo. Anita e Brian, no entanto, iam mais adiante. Usavam a mesma tinta para tingir os cabelos, de cortes iguais, vestiam roupas quase idênticas, pareciam gêmeos, um par de jarros psicodélicos.

Anita e Brian formaram o casal mais admirado da badalada Londres, unha e carne, mas fidelidade não fazia parte do relacionamento. Quando queria pegar alguém,Anitaia direto ao assunto. Foi assim com John Phillips, do Mama and the Papas, na primeira visita do grupo à Inglaterra. Ela o convidou para dar uma “fugida” ao Marrocos. Ele não podia por causa dos compromissos com o grupo. Dormiram juntos uma noite. A fim de Jeff Beck, lhe mandou um bilhete: “Venha até a mim, meu garoto lindo”. O iracundo Beck mandou um bilhete de volta, curto e grosso: “Não irei”.

KEITH

Intrigada com o comportamento do evasivo Keith Richards, pouco sociável,Anitaaproximou-se dele. Em pouco tempo viviam ela, Brian e Keith sob o mesmo teto. A uma propalada ménage a trois foi sempre negada por Anita. Mas ela também negou ter ido para a cama com Mick Jagger, quando filmava Performance, em 1969. Nesse mesmo ano, Keith ao vê-la ser agredida por Brian Jones, em Tanger, no Marrocos, literalmente, a resgatou do amigo, e a levou para Londres, onde passaram a viver juntos.

Anita fez cinema de 1967 até os anos 2000. Participou de filmes importante, como Barbarella, Candy (ambos de 1968), Dillinger is Dead (1969). Não tinha inclinações musicais, mas assegurava que a canção You Can’t Always Get What You Want é parceria, não creditada, dela com Mick Jagger. Foi feita no Peru, numa viagem de casais, ela e Keith, Mick e Marianne Faithfull, em 1969, quando passaram alguns dias no Brasil.

Sua participação na Maior Banda de Rock and Roll do Mundo era tido até aqui como de mera coadjuvante. Mas ela tem destacado seu papel de protagonista numa biografia, recém-lançada, She’s a Rainbow – The Extraordinary Life of Anita Pallemberg, de Simon Wells (Omnibus Press, 2020).

AnitaPallemberg, nascida em 1942, em Roma, de ascendência alemã, ela faleceu em 2017.

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