Corona Virus

Mito dos anos 60 ameaçado de perder a casa pela proibição de fazer shows

David Crosby entrou para a história ao se apresentar em Woodstock com o Crosby, Stills, Nash & Young

JC
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Publicado em 20/03/2020 às 13:13
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Duas vezes integrante do Hall da Fama do Rock, David Crosby seguiu sendo um artista prolífico ao longo de sua vida - FOTO: Reprodução

Um dos mitos dos anos 60 integrou The Byrds, Crosby Stills, Nash & Young, tocou no festival de Woodstock em 1969, David Crosby revela em entrevista que está ameaçado de perder a própria casa por causa das precauções tomadas pelo governo americano para evitar a disseminação do corona vírus. O motivo é o mesmo que aflige até o milionário Pal McCartney: a impossibilidade de fazer apresentações em público, show turnês. Numa época em que poucas pessoas ainda compram discos, o grosso do rendimento dos artistas vem de concertos.

“Não nos pagam mais por discos, correto? Então turnê é tudo que nos resta. É a única coisa com que consigo ganhar dinheiro, e perder isto é terrível. Posso, juro por Deus, perder minha casa. Não sei o que fazer pra evitar isto. A não ser segurar a onda, e ver no que vai dar. Verdade pura, se perder as turnês, perco minha casa”, lamentou David Crosby, em entrevista a revista americana GQ.

Crosby queixa-se das plataformas de música por streaming: “Elas não pagam. É como se a gente fizesse um show e ganhasse dez centavos”. Queixa-se também das novas tecnologias que, a seu ver, só beneficiou os que criam as novas ferramentas e as gravadoras. “Eles chegaram para as grandes gravadoras e sugeriram: que tal trabalhar sem o disco físico? Nada de transportá-los, então nada de devoluções, nada de capas, impressão, fotografias. Os caras quiseram saber como aquilo poderia ser possível. Fácil, vocês nos pagam bem, e ganham muito bem também, sem precisar pagar aos artistas. Uma chance de construir uma nova estrutura de mercado”

David Crosby, um dos mais dissipados astros do rock dos anos 60 e 70 – na frente dele Keith Richards é um coroinha – com fígado transplantado desde os anos 90, um considerável prontuário policial, diz que não tem dinheiro aplicado, e estão ganhando com a obra dele: “O que me deixa fulo da vida, é que a gente faz a música, criamos a música, e quem ganha são eles. É ruim pra mim, é muito pior para jovens talentosos que estão tentando viver de música”

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