Moraes Moreira/Depoimento

Tom Zé conta como incentivou a parceria Moraes & Galvão

Moraes Moreira veio do interior em 1967 para estudar violão com Tom Zé em Salvador

José Teles
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José Teles
Publicado em 13/04/2020 às 15:38 | Atualizado em 13/04/2020 às 16:06
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Tom Zé e o aluno aplicado - FOTO: Divulgação

Tom Zé, em seu isolamento, em Perdizes, onde mora com a mulher, Neusa,  em São Paulo, levou um susto quando lhe pedi pra contar como conheceu Moraes Moreira. Não sabia que o amigo que tinha falecido: “Que notícia. Nossa senhora”. Fez uma pausa, e contou como indicou Moraes Moreira a Luiz Galvão que procurava um parceiro para as suas letras, e relembrou o episódio acontecido há 53 anos:

“Eu dava aula de violão no seminário de música da Baia, durante o tempo em que estudei lá até 1967, em 68 vim pra São Paulo. Lá por 63, 64, apareceu um rapaz comprido com um roupa do interior, muito jovem, queria estudar violão. Aí eu disse a ele que aula de violão era muito caro, você não vai poder pagar. Naquela época só quem estudava era filho de judeu rico.

Ele me disse que era compositor, então pedi pra me mostrar umas musicas. Ele me mostrou meia dúzia de musicas, que nunca chegou a usar. Eram de principiante, mas dava para ver que ali que tinha um potencial de compositor. Eu disse tá bem vou lhe ensinar de graça. Como ele tinha um interesse verdadeiramente voraz, verdadeira gulodice de conhecimento, eu não ensinava harmonizando, ensinava a harmonizar. Um método que eu acabei fazendo com coisas da universidade e da música popular. Mas só dava uma aula por mês, porque, em vez de ele fazer aquilo como exercício, ia desenvolvera aula. Um aluno interessadíssimo. Em quatro meses acabei de ensinar a ele tudo o que eu sabia, e ele já tocava o que eu sabia mais do eu tocava”.

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