O mais autêntico dos bregas recifenses, direto da sala de sua casa no Fundão, Zona Norte do Recife, Augusto César cantou durante duas horas, numa live transmitida pelo Facebook da TV Jornal e do Jornal do Commercio (durante a primeira meia hora também na Rádio Jornal), com direção de Cleodon Coelho Neto. Com 34 anos de carreira, Augusto César é um operário da música popular. Quando a indústria do disco voava em céu de brigadeiro, ele já vendia seus discos nas ruas do Recife.
Augusto é craque em lidar com público em todas as situações. Esteve, portanto, muito à vontade diante da câmera, acompanhado por três músicos de sua banda, o filho Guto na guitarra, Roger, no violão, e Nino, nos teclados, desfiando um repertório aberto com Força Estranha, de Caetano Veloso, por causa de Roberto Carlos, claro, de quem é fã e seguidor discípulo confesso. Entre uma canção e outra, às vezes no meio delas, Augusto César, fala com a produção, com fãs, manda recado para amigos, tudo numa descontração que é típica do cantor.
Ele faz o estilo brega raízes, caprichado na melodia, e nas letras de amor. Começa a cantar uma, que fala na falta de acordar com a pessoa amada ao lado, mas aí para. “Essa não, se parece com uma certa situação”. E canta outra, parecida. Foi do iê-iê-iê ao sertanejo, mas o de Xitãozinho e Chororó, Leandro e Leonardo. Alguém da produção fala que Alcione está assistindo, ele canta um samba da Marrom: “Não deixe o samba morrer/não deixe o samba acabar”. Come petiscos, e bebe leite, ambos enviados pelos patrocinadores da live.
“Aprendi que se não fossem as mães que se ajoelham que oram, que pedem a Jesus Cristo, e as crianças que são inocentes, este mundo já teria explodido”, comenta ao começar o bloco dedicado às mães, aberto com Mãe um Pedaço do Céu (Ed Wilson/Carlos Cola), mais conhecia na voz de Leonardo Sullivan. Aliás, a live teve o título Pra mainha com Carinho. Não poderia faltar Lady Laura, e Mãe Doce Mãe, música do próprio Augusto César, que confessou que nunca deixou a música ser divulgada, para não fazer comercio de um presente que compôs para a mãe (já falecida). Ele decidiu incluí-la de última hora. E não segurou as lágrimas durante a interpretação.
No bloco final ele voltou suas raízes, ao Rei do Iê-Iê-Iê, o Roberto Carlos da Jovem Guarda, incluindo Que Tudo Vá Pro Inferno, que RC baniu há anos do seu repertório de shows. Um pouco antes cantou o “rival” Paulo Sérgio de A Última Canção. E fechou com Escalada, o clássico do repertório autoral. Duas horas elogiadas pelos fãs, uma média de mil, assistiram a live de Augusto César.
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