Quando começou a pandemia, o cantor Ayrton Montarroyos preparava-se para empreender uma série de sete shows pelo interior de São Paulo, um projeto aprovado num edital do Proac, lei de incentivo à cultura do estado de São Paulo: “A ideia do edital, aliás, foi da nossa produção, e adotada pelo Proac. A turnê Um Mergulho no Nada, nome do último álbum e Montarroyos, seria estendida às crianças de comunidades carentes, onde ele ministraria oficinas de música popular brasileira”.
A pandemia deu uma reviravolta total nos planos. A turnê foi readaptada para uma série de lives, apresentadas, desde maio, às terças-feiras, às 19h. Ele realizou em 30 de junho a sétima e última das lives com a verba do patrocínio. A partir dessa terça-feira, a live será um esfoço da produção do cantor e da gravadora Kuarup, com o público instado a contribuir, se assim quiser. Mas as lives continuarão gratuitas, ressalta Ayrton Montarroyos.
Não têm sido simplesmente um show do cantor, que hoje tem a aprovação quase unânime da crítica paulistana. Tampouco trabalhará em regime home office. As lives acontecem num estúdio de São Paulo, com Ayrton revezando-se, com o violonista Edmilson Capeluppi, e o pianista Vitor Araújo.
REVEZANDO-SE
Ao lado do violonista Edmilson Capeluppi ele apresentou as lives João Gilberto e a Revolução da Bossa Nova), Cartola do Samba ao Samba-Canção, Novos Compositores da Música Brasileira, Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga e Noel Rosa: O Mar, O Sertão e a Cidade na Canção Popular. Com o pianista conterrâneo Vítor Araújo, 100 anos de Elizeth Cardoso, Chico Buarque: Música e Poesia Atravessando Gerações”, As Grandes Vozes da Era de Ouro do Rádio. A desta terça terá como tema O Brega, O Gênero e Suas Questões, as próximas serão Mulheres na Composição Popular e De Aldir Para Elis.
O projeto não ficará apenas nas lives: “A gente vai continuar com o projeto porque tem sido bom, contando com a colaboração do publico, e vai virar um disco. São quatro apresentações com Vitor e quatro com Capeluppi. O disco vai ser feito com as músicas com Edmilson e com Vitor. E vai ser pra plataforma digital, porque a gente achou que este conteúdo está tão bom, tão bem gravado, que é legal o registro destas canções. Em outras condições eu não gravaria, não fazia sentido um álbum músicas batidas feito Olhos nos olhos, mas como um projeto no meio de uma pandemia, acho legal, até como registro do tempo”, pondera Ayrton, que até o final do projeto terá pelo menos uma centena de canções para selecionar o repertório do disco.
Ele pretende fazer, com a desta terça-feira, pelo menos, mais duas: “Vamos ver se conseguimos uma grana suficiente para pagar músicos, técnico, estúdios, o profissionais envolvidos nas lives. E ver se fazemos um caixa pra bancar todas as terças-feiras, até a pandemia acabar. Não temos previsão do disco ser lançado, se antes de acabar a pandemia, ou depois. Mas ele nasceu na Internet, e tem cara de Internet. Deve ficar digital, mas pode ser físico, tudo vai depender da aceitação do público.
As lives de Ayrton Montarroyo podem ser vistas pelo instagram e facebook do canto, ou pelo youtube da Kuarup Produtora,
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