Dia Mundial do Rock é comemorado desde 1985; veja a história do gênero "rebelde"
Algumas bandas continuam na ativa, novas surgiram. Como o anda o rebelde gênero nos dias atuais?
"Hoje é dia de rock, bebê". A famosa frase (que virou meme) de Christianne Torloni, no Rock in Rio 2011, nunca esteve tão atual. O mundo celebra este gênero musical, nesta data, deste 1985, quando ocorreu o festival Live Aid. O show arrecadou fundos para ajudar vítimas da fome na África e reuniu nomes como Queen, Led Zeppelin e David Bowie. A produção contou com uma das maiores transmissões em larga escala por satélite e televisão de todos os tempos, resultando em mais de 1,5 bilhão de espectadores.
O gênero reinou por muitos anos como o favorito, mesmo tendo encontrado resistência lá atrás quando surgiu. Alguns historiadores apontam que o rock "apareceu" em 1954, quando Elvis Presley gravou a música That's Alright Mamma no Sun Studios, em Memphis, nos Estados Unidos. Naquela época, não era bem visto. Soava como algo transgressor.
Para o crítico musical José Teles, o curioso é que o rock, que se instalou no Brasil, há 55 anos, é um sessentão tratado como garoto. Até hoje muita gente chama rock de "música jovem". "Há no rock música pra todas as idades. O rock ao longo dos seus 68 anos criou inúmeros afluentes, misturou-se com os mais diversos gêneros, mundo afora. Rock é cada vez mais a música do mundo", explica.
Atualmente, segundo estudo da Metal Injection que somou números do Spotify de centenas de bandas, houve um aumento no consumo de 0,85% em compartilhamentos deste estilo, mas não há tanta evidência assim. Numa olhada do Top 10 da Billboard, nenhuma menção ao gênero. No primeiro lugar, BTS, uma banda de k-pop, seguido com nomes do pop e do hip hop como Olivia Rodrigo, Dua Lipa, Ed Sheeran, Lil Nas X, Silk Sonic, Justin Bieber e The Weeknd.
Isolando o gênero, a britânica Queen foi a banda mais ouvida de rock e metal da atualidade. Foram 33.325.851 reproduções, seguida pela AC/DC, Linkin Park, Guns N' Roses e Bon Jovi.
BRASIL
No Brasil, Pitty entrou na onda de "voltar" às raízes roqueiras também. No último dia 8, lançou single e clipe de uma música composta em 2010. Som bem mais pesado do que ela vinha fazendo de uns cincos anos pra cá é. O vídeo, aliás, tem ares meio grunge - ela inclusive aparece tocando bateria, coisa que não faz oficialmente desde os anos 1990.
Para quem não lembra, Pitty vem da cena underground da Bahia. Tocava em inferninho. Foi cria da cena punk / hardcore / grunge de lá. A primeira banda dela era só de mulheres, sendo a baterista.
Alguns desentendimentos, perdeu o posto e o grupo. No início dos anos 2000, entrou na DeckDisc e virou mais "povão". Na verdade, passou a experimentar outras coisas e foi muito questionada por isso. Em 2019, lançou um disco, Matriz, em que retorna pra esses lugares de memória afetiva, rebate algumas críticas, mas permanece experimentando até com reggae. Esse novo single de agora, Tempo de Brincar, parece uma boa sacada, sobretudo, em dizer que consegue transitar onde quiser. E, claro, que ela faria isso no mês do rock.
SUCESSOS
Algumas bandas continuam firmes e fortes na produção e divulgação do estilo musical. Rolling Stones é uma delas. Os setentões lançaram música nova na pandemia. Chama-se Living in a Ghost Town. Foi gravada em Los Angeles e Londres em 2019, mas só foi terminada no isolamento em 2020. No site oficial do grupo que surgiu há 53 anos, há anúncio de turnê para 2022, mas ainda sem datas.
A Scorpion - com 50 anos de estrada - também já abriu ingressos para shows a partir de março do próximo ano. Os Guns and Roses e RadioHead completam 30 anos e aproveitaram a pausa para novas experimentações, assim como Iron Maiden, AC/DC, Judas Priest.
NOVOS NOMES
Os jovens da Greta Van Fleet tiveram ascensão meteórica em 2012, antes do primeiro álbum de estúdio. Eles chegaram a participar do Lollapalooza Brasil e abriram o show do Metallica na turnê sul americana da banda.
O grupo islandês Kaleo tem influências do blues e abusa de solos de guitarra. Possuem dois discos, Kaleo (2013) e A/B (2016), além de um EP, Glasshouse (2013). O álbum A/B é o mais bem sucedido com mais de 175 mil cópias comercializadas pelo mundo.
Na Itália, país que não tem tanta tradição no gênero assim, a Maneskin, tem chamado atenção. Segue a vibe de "ressuscitar" o estilo e aparece bem rankeada no Spotify, chegando à liderança no streaming, após ser revelado no 'X Factor' e vencer o Eurovision.