adeus à lenda do samba

Velório do sambista Monarco reúne centenas na quadra da Portela

Centenas de pessoas, entre fãs, amigos e admiradores do sambista, apareceram na quadra da escola para prestar homenagens. Uma roda de samba foi formada para cantar composições de Monarco e sambas históricos da Portela

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Estadão Conteúdo

Publicado em 12/12/2021 às 19:17
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Realizado na quadra da escola de samba Portela, da qual era presidente honorário, o velório do sambista Monarco, que morreu sábado (11) aos 88 anos, reuniu neste domingo, 12, centenas de pessoas - incluindo grandes nomes da música brasileira. O corpo foi sepultado no fim da tarde, no cemitério de Inhaúma.
Um dos mais antigos integrantes da Velha Guarda da tradicional escola de samba, Monarco - que nasceu Hildemar Diniz - estava internado desde novembro no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, quando foi submetido a uma cirurgia no intestino. De acordo com nota oficial divulgada pela Portela, o sambista "não resistiu a complicações da intervenção".
Centenas de pessoas, entre fãs, amigos e admiradores do sambista, apareceram na quadra da escola para prestar homenagens. Uma roda de samba foi formada para cantar composições de Monarco e sambas históricos da Portela.
HOMENAGENS. "Monarco era um gênio, um grande brasileiro. Um cara que soube expressar os valores da cultura popular com uma sabedoria única", afirmou a cantora Marisa Monte, que esteve no velório. Em 1999, ela convidou toda a Velha Guarda da Portela para gravar o CD Tudo Azul. Quase dez anos depois, em 2008, Lula Buarque de Holanda e Carolina Jabor lançaram o documentário Mistério do Samba, produzido por Marisa, que tem Monarco como um dos personagens principais.
Paulinho da Viola também esteve no local, assim como outro sambista, Diogo Nogueira. Antes, pelas redes sociais, Nogueira havia lamentado a morte de Monarco. "O coração vai ficando em desalinho. Mais uma grande referência parte para uma próxima jornada e nos deixa com saudade", escreveu. Portelense, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), chegou ao velório no início da tarde.
VIDA. Filho de marceneiro, nascido e criado em Osvaldo Cruz, subúrbio do Rio de Janeiro, Monarco compunha desde os 11 anos e chegou à ala de compositores da escola na década de 1950, aos 17 anos. Lançou o primeiro álbum em 1976, e, desde então, gravou com nomes de peso da música brasileira, como Paulinho da Viola e Marisa Monte, entre outros.
Tocador de cavaquinho e percussão, ele ajudou a compor músicas popularizadas nas vozes de artistas como Beth Carvalho (Fim de Sofrimento), Paulinho da Viola (Lenço) e Clara Nunes (Jardim da Solidão), entre outros. (COLABOROU ROBERTA JANSEN)

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