'Hoje as pessoas veem a história do Restart com mais respeito', diz Pe Lanza; confira entrevista
Banda 'colorida' voltou aos palcos com a turnê 'Pra Você Lembrar', que chega ao Recife: 'As críticas atrapalharam, mas, hoje em dia, existe outro gênero sendo criticado. Vai ser sempre assim'
A banda Restart é uma daquelas que marcaram uma geração na mesma intensidade com que dividiram a opinião do público. Há 17 anos, o grupo integrou a tendência do emocore no Brasil, mas dando um tom nas roupas (eram "os coloridos") e mais positividade nas letras. Embarcando na onda nostálgica de turnês, eles voltaram aos palcos em outubro de 2023, com o projeto "Pra Você Lembrar".
É a primeira vez que Pe Lu (vocais e guitarra), Pe Lanza (vocais e baixo), Thomas (bateria) e Koba (vocais e guitarra) se reúnem para shows desde o encerramento, em 2015. A agenda chega ao Recife neste sábado (20), no Classic Hall, em Olinda. "Deixamos os fãs órfãos de uma despedida digna. Precisávamos desse respeito, dessa pausa criativa. Agora, estamos dando um presente a eles", diz Pedro Gabriel Lanza Reis, o Pe Lanza, ao JC.
"O fato de termos nos unido despertou uma onda criativa. Mas, sendo bem honesto, não temos essa pretensão de lançar nenhum single novo", diz, sobre a possibilidade de novos lançamentos. "Eu posso dizer que quando somos artistas, tudo começa a fluir e acontecer muito rápido. Deixo sempre aberta a possibilidade, pois sempre fomos muito juntos, criativos, arrojados e pensamos em coisas diferentes."
'Hoje em dia, existe outro gênero sendo criticado'
Olhando em retrospecto, o vocalista reconhece que as críticas sempre fizeram parte do cotidiano e da trajetória da banda. "O emo foi estigmatizado, principalmente depois de uma matéria do Fantástico que associou tudo à franjas, depressão, olhos pintados. Isso era chocante para muita gente naquela época."
"As críticas atrapalharam, mas, hoje em dia, existe outro gênero sendo criticado. Vai ser sempre assim. O que está sendo novidade vira um alvo maior. Enfim, acho que hoje em dia as pessoas veem a nossa história com mais respeito. Seguimos não agradando todo mundo. Mas, acho que as pessoas têm a história do Restart, no nosso nicho de público, com mais respeito."
Para o cantor, o calor dos fãs ainda na atualidade pode deixar um exemplo para as novas gerações. "O amor, a saudade, a energia e a felicidade que eles têm, por tudo o que viveram, vai ser essencial para novos artistas de novos segmentos. Que eles surjam, aconteçam. Fomos um baita sucesso, isso inspira novos artistas a criarem e fazerem acontecer no futuro.”
'Um amadurecimento musical'
Apesar de serem adolescentes na época do lançamento dos principais sucessos, Pe Lanza diz que as músicas ainda soam maduras para o grupo. "Fizemos tudo com muito empenho e verdade, para que as coisas acontecessem. As histórias permanecem sendo muito sinceras. A gente vai fazer 50 anos e levar isso consigo. Acho que tornou-se atemporal, que atravessa o tempo."
"Algo que está diferente é a maneira com que cantamos, não temos a mesma voz que tínhamos com 17 anos. Isso foi legal, um amadurecimento musical. Também tentamos trazer novos arranjos, mas próximos do original. As pessoas conhecem as músicas, os novos elementos fizeram com que as músicas se tornassem mais sólidas e maduras de uma maneira geral."
Já o repertório é dividido em blocos, passeando pelos subgêneros trabalhados pelo grupo ao longo dos álbuns. "Tem a parte mais emocional, tem o acústico e uma outra parte mais intimista. Quem curtiu e também quem não conheceu tanto, não se aprofundou tanto, vai ter um parâmetro mais geral. Para preparar o set list, fomos para uma fazenda super legal, estávamos em uma inversão criativa muito boa. Resultou no que era comum de nós quatro."
SERVIÇO
Restart - Turnê "Pra Você Lembrar" no Classic Hall
Data: neste sábado (20), a partir das 20h
Onde: Classic Hall (Av. Gov. Agamenon Magalhães, S/N - Salgadinho, Olinda - PE)
Quanto: a partir de R$ 65, à venda na bilheteria do Classic Hall ou online pelo site da Ticket360