Memória

Regina Duarte fez ensaio sensual e recatado para revista Homem em 1975

Semanário O Pasquim, ironizava imagem de "namoradinha do Brasil" cultivada pela atriz

José Teles
Cadastrado por
José Teles
Publicado em 10/03/2020 às 17:10 | Atualizado em 11/03/2020 às 10:17
Reprodução capa
Regina Duarte na capa de revista masculina nos anos 70 - FOTO: Reprodução capa

JOSÉ TELES Anárquico, escrachado, e um sucesso editorial,o semanário carioca O Pasquim tinha como um dos personagens prediletos a então atriz, hoje Secretária de Cultura do governo Bolsonaro, Regina Duarte. O semanário pegava no pé de Regina, sobretudo porque, independente à passagem do tempo, ela continuava cultivando a imagem de virginal namoradinha do Brasil. Quando apareceu, no início da década de 70, em um comercial institucional do IBGE (em época de censo) não perdoaram: “La Duarte com aquele jeito de heroína prendada e virtuosa de Janet Clair, pedia a gente pra deixar o IBGE entrar no nossa casa: ‘oi, gente, faça como eu, abra a porta para o IBGE’.

Em 1975, surpresa. A recatada atriz, aceitou um convite da revista Homem, para fazer um ensaio fotográfico sensual a edição de janeiro de 1976(...). Em sua coluna em O Pasquim, o jornalista Sérgio Augusto ironizou: “Regina aceitou e tirou a roupa: um pouquinho, evidente, pois a censura reduziu a porções dietéticas a permissividade de nossas revistas ditas masculinas: meio busto, e meia nádega por foto. No caso de Regina, abriu-se uma exceção: nem busto, nem nádega. A moça teve que cobrir todas as suas vergonhas porque, segundo a censura, não ficava bem estragar sua imagem de pureza angelical congelada pelas telenovelas.

Reprodução capa
Regina Duarte na capa de revista masculina nos anos 70 - Reprodução capa

Daí a lapidar explicação que vocês poderão ler em homem: ‘Meu corpo é uma coisa muito íntima que reservo só para os que eu amo’. Será que a censura notou o artigo definido no plural?”, alfineta.

(o autor do ensaio foi o fotógrafo Luiz Tripolli).

Comentários

Últimas notícias