Demolição do Viaduto das Cinco Pontas já tem data para acontecer? Prefeitura do Recife realiza estudos para intervenção
A demolição do elevado foi uma exigência do Iphan em 2013 para que o Projeto Novo Recife fosse tirado do papel

Alvo de polêmica nas redes sociais, a demolição do Viaduto das Cinco Pontas, na área central do Recife, ao lado do forte de mesmo nome, segue mobilizando internautas.
Primeira construção do tipo na capital pernambucana, o elevedo, que foi erguido no ano de 1970, teve sua demolição prevista em 2014, dentro do plano de diretrizes para redesenho do Projeto Novo Recife, que prevê a construção de 13 torres, além da requalificarção urbanistica do Cais José Estelita.
Nove anos após seu anúncio, a demolição do Viaduto das Cinco Pontas ainda não tem uma data definitiva para sair do papel.
Segundo fontes com trânsito na Secretaria de Política Urbana e Licenciamento do Recife, os estudos para a intervenção já estão sendo realizados há algum tempo.
PROJETO ORIGINAL PREVÊ 'TÚNEL'
Se o plano de diretrizes para redesenho do Projeto Novo Recife for seguido à risca, a via que liga o Cais José Estelita à Praça das Cinco Pontas deve ser rebaixada, formando uma espécie de túnel sob a Avenida Sul (imagem abaixo), semelhante ao diversas vias na capital federal, Brasília.
Nas redes sociais, muitos internautas criticaram a construção de mais um túnel na cidade, apontando para a possibilidade de inundação no empreendimento.

Apesar das críticas, um integrante da equipe do secretário de o plano de diretrizes para redesenho do Projeto Novo Recife, Carlos Muniz, afirma que o modelo de construção do eixo viário Cais José Estelita-Cinco Pontas foi pensando para evitar alagamentos.
"A gente está seguindo algo parecido com o que já existe em Brasília. O rebaixamento da via não aconteceria bruscamente, como no túnel do Pina (Zona Sul do Recife), que o motorista tem um descida e subida ingrêmes", conta a fonte sob reserva.
"A ideia é que o rebaixameto seja quase imperceptível, exatamente como no DF", completa.
CRÍTICAS NA WEB
O Viaduto das Cinco Pontas se tornou alvo de polêmica nas redes sociais na última segunda-feira (18), após a possibilidade de sa demolição não ser realizada em meio ao novo projeto de acesso ao Centro do Recife.
Isso porque a intervenção foi uma exigência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que o Projeto Novo Recife fosse tirado do papel.
Apesar (ou por causa) de todo burburinho, a Prefeitura do Recife garantiu, na terça-feira (19), que o elevado iria ao chão.
Por meio de nota, a Secretaria de Política Urbana e Licenciamento do Recife disse que a nova alça do viaduto não será elevada e confirma o que fora antecipado pela reportagem: o elevado será demolido.
Além disso explica como se dará a criação do novo acesso, que, de acordo com a pasta, é de baixo custo. Veja a íntegra da nota abaixo:
"A Secretaria de Política Urbana e Licenciamento do Recife informa que, como parte do novo plano de circulação para o Centro do Recife, não haverá qualquer construção elevada - e que o Viaduto das Cinco Pontas será demolido, como continua previsto no projeto original. Será construído um acesso não elevado na Avenida Sul - nas proximidades do Cais Santa Rita - com objetivo de criar uma conexão com a área comercial da Avenida Dantas Barreto. Essa via facilitará o fluxo dos condutores que vêm da Zona Sul para a área comercial do Centro. Trata-se de uma estrutura de baixo custo, pois não prevê elevação - sendo necessária apenas a adequação ao mesmo nível do pavimento da Avenida Sul. A demolição do viaduto é uma obra prevista na mitigação dos empreendedores do Projeto Novo Recife e segue dentro do plano urbano original."
NÃO DEMOLIÇÃO FOI COGITADA EM 2013
Apesar da exigência do Iphan, em 2013, de que o viaduto das Cinco Pontas fosse demolido na execução do projeto Novo Recife, o então secretário de Desenvolvimento e Controle Urbano do Recife, João Braga, afirmou que equipamento só deveria ser retirado caso o plano viário constatasse a necessidade da intervenção.
"Tudo isso tem que ser avaliado para não se cometer o erro de derrubar um viaduto e depois constatar que piorou o trânsito. É preciso pensar a longo prazo, no que vai ocorrer com o Recife daqui a cinco anos, por exemplo, quando todas essas obras estiverem prontas. É um impacto grande na cidade", observou, à época, durante apresentação do empreendimento na Câmara do Recife.