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Hamilton Mourão minimiza reunião golpista citada por Cid: "mero blá-blá-blá"

Ex-vice-presidente de Bolsonaro também afirmou que Forças Armadas não tiveram participação no 8 de Janeiro

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Rodrigo Fernandes

Publicado em 26/09/2023 às 9:29
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O ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro, General Hamilton Mourão, minimizou a reunião golpista citada em delação pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Mourão afirmou que trata-se de "mero blá-blá-blá". A declaração foi dada em entrevista a Lauriberto Pompeu, de O Globo.

Mourão usou a expressão ao ser questionado se alguém que tenha falado em golpe mereceria ser punido. Ele utilizou um contexto histórico para minimizar o encontro relatado por Cid.

"É diferente. Quando Juscelino (Kubitschek) foi eleito, vivíamos um processo tumultuado por causa da morte do Getúlio (Vargas). Na ocasião, houve três presidentes interinos e duas tentativas de golpe para impedir a posse do Juscelino: Jacareacanga, Aragarças. Todas foram revoltas de militares da Força Aérea. Ali realmente você teve uma investida. Agora o que há é um mero blá-blá-blá", afirmou.

Perguntado se os militares envolvidos na trama golpista deveriam ser punidos pelas Forças Armadas, ele também relativizou. Mourão é general aposentado do Exército.

"Vão dizer que uma tentativa de homicídio tem que ser punida, mas uma investida de golpe é diferente de homicídio. No caso de quase assassinato, eu te dou um tiro e erro. Uma tentativa de golpe seria o quê? A Força Armada sair para a rua e ser derrotada, a exemplo do que ocorreu na Turquia. Isso não aconteceu no Brasil. Se for verdade a delação do Mauro Cid sobre essa suposta reunião, o que houve foi uma discussão. Segundo ele, uns disseram que eram contra e outro disse que era a favor. Isso é um assunto que vai pertencer à História apenas", contou.

O ex-vice-presidente também afirmou não acreditar em culpa das Forças Armadas nos atos de 8 de Janeiro. Ele diz que as entidades agem "dentro da legalidade, legitimidade e mantendo a estabilidade do país".

"Ela não foi fator de instabilidade. O que ocorreu foi o seguinte: um grupo de baderneiros achou que, fazendo uma baderna naquele domingo, 8 de janeiro, algo iria mudar no Brasil. Muito pelo contrário, não mudou nada", declarou.

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