Pânico mundial aumenta pressão sobre postura de Bolsonaro

Pânico traz ainda mais pressão sobre o comportamento instável do presidente Jair Bolsonaro

Leonardo Spinelli
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Leonardo Spinelli
Publicado em 09/03/2020 às 19:26
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Humorista Carioca fantasiado de presidente ao lado de Jair Bolsonaro: banana à imprensa - FOTO: FOTO: REPRODUÇÃO

A segunda-feira (09) de pânico nos mercados internacionais provocado pela “tempestade perfeita” que juntou a briga entre Rússia e Opep sobre o preço do petróleo, a quase pandemia do coronavírus, dentro de um ambiente que já exalava pessimismo desde o ano passado com a guerra comercial dos EUA e China, traz ainda mais pressão sobre o comportamento instável do presidente Jair Bolsonaro.

“Poderíamos ser uma ilha de confiança no mundo por todo nosso potencial de investimento, em infraestrutura, nos mais diversos segmentos. Poderíamos ser vistos pela agenda de reformas, tratada com seriedade.Poderíamos ser alternativa ao pessimismo internacional. Mas optamos, através desses posicionamentos da chefia de Estado, em não gerar o nível de confiança que poderíamos gerar”, analisa do sócio diretor da PPK Consultoria, o economista João Rogério Alves Filho.

DESSERVIÇO

O consultor considera que o presidente estaria prestando um desserviço ao potencial de otimismo que a agenda de reformas poderia criar no País. Diante das limitações orçamentárias, e da impossibilidade de conserto através de ferramentas fiscais, a única solução para o governo é o que já tentando fazer, que são as reformas. “

Do lado político, da relação com o Congresso e sociedade, a gente vê uma geração de instabilidade muito grande, negativa para a tomada de decisão dos agentes econômicos.
economista João Rogério Alves Filho
.”

As reformas, principalmente a tributária ainda este ano, são importantes, agora mais do que nunca, para reforçar o clima de confiança no País. Apesar de os economistas consultados pelo Banco Central para o Boletim Focus desta semana reduzirem um pouco mais a projeção de crescimento da economia para 2020, de 2,17% para 1,99%, a expectativa para o dólar (que hoje teve forte alta e bateu os R$ 4,8) ainda é de R$ 2,20 para o final de ano, inflação a 3,2% e juros a 4,25%, tudo dentro do controle.

“O investidor estrangeiro está saindo porque ainda não está vendo nenhuma resposta do governo em busca das soluções pelas reformas. Não está entrando dinheiro para investimento direto. Se essa reforma tributária não sai, a complexidade para investir não desaparece. O gringo fica sem fôlego para colocar dinheiro aqui. Isso faz com que a Bolsa perca oxigênio”, destaca o gestor de recursos da Multinvest Capital, Osvaldo Moraes.

Citação

Do lado político, da relação com o Congresso e sociedade, a gente vê uma geração de instabilidade muito grande, negativa para a tomada de decisão dos agentes econômicos.

economista João Rogério Alves Filho

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