Farmácias

Preços dos medicamentos serão reajustados a partir de 1º de abril

Apenas os medicamentos de combate ao novo coronavírus devem ficar imunes ao aumento médio de 4,08% em abril

Marília Banholzer
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Marília Banholzer
Publicado em 30/03/2020 às 18:16 | Atualizado em 30/03/2020 às 19:03
ANDRÉ NERY/ARQUIVO JC IMAGEM
Cerca de 10 mil medicamentos tiveram o reajuste anual definido pelo governo federal - FOTO: ANDRÉ NERY/ARQUIVO JC IMAGEM

Todos os anos os preços dos medicamentos são reajustados em março e os aumentos começam a valer no dia 1º de abril. Mas em 2020, por causa da pandemia de coronavírus, a Câmara de Regulação de Medicamentos (CMED), que regulamenta o preço, decidiu adiar o reajuste dos remédios, e outros e itens, ligados ao tratamento do vírus causador da covid-19. A decisão não estipula por quanto tempo a medida ficará em vigor.

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Está mantido, no entanto, o reajuste médio de 4,08% para os demais medicamentos. Vale lembrar que o percentual é dividido da seguinte forma: nível 1 (5,21%); nível 2 (4,22%); e nível 3 (3,23%). Em linhas gerais, a taxa dos produtos com maior concorrência tem um índice menor de reajuste, e, para os mais inovadores o aumento é maior.

Sincofarma-PE propõe trégua de reajuste

Para o presidente Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Pernambuco (Sincofarma-PE), Ozeas Gomes, o anúncio da CMED abarca um grande leque de medicamentos, como os antifebris e antibióticos, além de outras drogas que vêm sendo testada no combate à covid-19.

Para ele, este não é o momento de discutir aumentos de preços de medicamentos de qualquer espécie, nem mesmo aqueles que não têm relação com o coronavírus. "É um momento de muita incerteza. As pessoas não sabem nem se vão ter salário no fim do mês. Mas a partir da autorização, cabe a cada um definir se irá reajustar", diz.

LEO MOTTA/JC IMAGEM
Medicamentos de combate ao novo coronavírus não devem ser reajustados - LEO MOTTA/JC IMAGEM

Ainda de acordo com Ozeas Gomes, os preços já podem ser reajustados nos laboratório, a não ser que as empresas que fabricam o medicamento decidam não aumentar os valores por ora. "Poderia haver um pacto de trégua. Eles não aumentam, nós também não. Na minha visão, mesmo que eles aumentem, as farmácias não deveriam repassar ao consumir que já está tão sofrido. Um aumento médio de 4% não vai mudar nada, mas cada uma sabe da sua necessidade", argumenta.

Pernambuco conta hoje com 3 mil farmácias, sendo que 720 estão localizadas somente no Recife. Cerca de 30 mil pessoas trabalham nesses estabelecimentos no Estado. Segundo a Sincofarma-PE, 75% desse total de farmácias são estabelecimentos de pequeno porte, localizados nos subúrbios.

Drogasil decide não reajustar preços

Uma das principais redes de drogaria no Estado, a Drogasil emitiu ontem um comunicado informando que "decidiu não repassar o reajuste dos preços de todos os medicamentos em abril". A empresa ainda definiu, através de uma parceria com o poder público, que a partir da próxima semana passará a aplicar a vacina contra a gripe pelo SUS em suas lojas, de forma gratuita. "A parceria se inicia em São Paulo e no Pará, mas a empresa mantém conversas para estender esse serviço para outros Estados", diz o comunicado.

No texto a empresa conta que contratou 2 mil novos funcionários para poder afastar temporariamente os funcionários que fazem parte dos grupos de risco da covid-19. A Drogasil chegou em Pernambuco em 2014 e hoje conta 63 lojas – sendo 44 no Recife, seis em Jaboatão dos Guararapes, cinco em Olinda, quatro em Caruaru, duas no Cabo de Santo Agostinho, uma em Garanhuns e um em Paulista.

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Procura por medicamentos que ajudem na prevenção e no tratamento do Coronavírus Covid19 - FOTO:LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM

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