A jornalista Anne Barreto jamais imaginou apresentar o TV Jornal Meio-Dia de dentro da sua casa. Acostumada ao trabalho dentro da redação e dos estúdios da TV Jornal, agora as ferramentas dela são um microfone e um computador com internet e Skype. É assim que ela parece para os telespectadores de segunda a sexta-feira, às 11h20. Já era comum ver comentaristas aparecendo de suas casas, mas foi preciso acelerar a transformação digital. Nesse momento de pandemia, as coletivas de imprensa passaram a acontecer pela internet e muitas entrevistas são feitas por ferramentas digitais.
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“Nunca imaginei que um dia iria apresentar o jornal da minha casa. Não tenho nem cenário (sorri). É bem desafiante porque estamos acostumados com o clima e a correria da redação. E agora todo o contato é por telefone. Mas é muito gratificante ver e sentir o empenho de todos pra continuarmos informando com muita veracidade tudo o que está acontecendo. Dá um orgulho imenso em ver a equipe inteira se desdobrando pra fazer sempre o melhor, independentemente das adversidades, em respeito aos nossos telespectadores, ouvintes e todos que buscam informação séria”, diz Anne. O aumento da confiança na imprensa também foi um resultado positivo da covid-19. A audiência das TVs aumentou e os portais de informação também tiveram crescimento exponencial. O JC Online teve recorde estrondoso de pageviews. As pessoas estão em busca de notícias confiáveis diante da enxurrada de informações e de fake news.
ROTINA
“A rotina dos repórteres, cinegrafistas, editores e de todos os profissionais está bem mais agitada. Até porque vivemos um momento de muita tensão e também de muito cuidado. Somos acostumados a estar bem próximos das pessoas. A ter calor humano. Agora é necessário ter o distanciamento. E, claro que isso mexe com todos. Afinal somos humanos! Mas sabemos da importância do nosso ofício e todos os dias vamos juntos vencendo cada adversidade. Passando por cima dos medos. Reforçando os cuidados. Sempre firmes nessa luta”, destaca a apresentadora.
Anne conta que um dos desafios de ficar em casa é conciliar a vida profissional e familiar e que é preciso buscar o equilíbrio. Das lições que tira da pandemia, ela fala da força do jornalismo e da importância da empatia. “Particularmente aprendi muito sobre como planejar bem o tempo. Sempre tive bastante dificuldade. Com a apresentação do Jornal de casa, tive a prova de que o jornalismo não tem barreiras. E que a gente pode e vai fazer sempre o melhor que estiver a nosso alcance. Não importa o local. Outra grande lição que fica pra todos nós é a importância de estarmos juntos, uns dos outros, mesmo que distantes. Essa relação é de suma importância. Portanto, cuidem mais, conversem mais, escutem mais, e depois que tudo isso passar, fiquem ainda mais próximos de quem amam. Por enquanto, quem puder, fique em casa”, alerta Anne, que tem uma trajetória de 14 anos na profissão.
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