Coronavírus

Procura por oxímetro dispara nas farmácias do Recife

Aparelho que mede nível de oxigenação do sangue praticamente desapareceu das farmácias e lojas de equipamento médico-hospitalar

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 05/05/2020 às 20:41 | Atualizado em 05/05/2020 às 20:41
Reprodução/Internet
Aparelho está sendo procurado para uso doméstico na identificação de possíveis insuficiências respiratórias provocadas pelo coronavírus - FOTO: Reprodução/Internet

Depois da Hidroxicloroquina, remédio para malária supostamente útil no tratamento dos sintomas da covid-19, agora é a vez do oxímetro promover uma verdadeira corrida às farmácias e lojas de equipamentos médicos-hospitalares. O aparelho eletrônico digital, de pequeno porte e em formato de clipe, é colocado em um dedo do paciente para medir o nível de oxigenação no sangue. Na versão portátil, ganhou fama como uma forma doméstica de diagnosticar uma possível dificuldade respiratória que poderia estar ligada a contaminação por coronavírus.

A contadora Rosane Martins está há cerca de 20 dias à procura de um oxímetro para, segundo ela, monitorar a saúde do pai de 73 anos, que faz hemodiálise, e da mãe de 63 anos que sofre de hipertensão. “Não encontrei em nenhuma farmácia. O oxímetro está como o álcool em gel estava no começo da pandemia. Caro e difícil de achar”, disse ela. Rosane decidiu adquirir um oxímetro depois que leu uma reportagem onde se afirmava que o aparelho ajudaria a identificar um quadro grave de insuficiência respiratória, um dos sintomas da covid-19.

A reportagem do JC telefonou para cinco farmácias e três distribuidoras de produtos médicos-farmacêuticos no Recife. Todas vendem o aparelho mas estão com os estoques zerados há quase um mês. Os preços atribuídos aos oxímetros de fabricação nacional, variaram de R$ 166 a R$ 220.

ESTOQUES

O vendedor Luís Carlos, trabalha em uma grande distribuidora no Bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife. Ele conta que antes da pandemia do coronavírus vendia cerca de cinco oxímetros por dia, geralmente para estudantes de Medicina ou Enfermagem. Atualmente ele atende cerca de 50 pessoas diariamente interessadas em comprar um oxímetro. A grande maioria é da área de saúde. “É gente leiga, que até pergunta como se usa o aparelho”, diz o vendedor. Há duas semanas a distribuidora recebeu um lote de 400 oxímetros. Tudo foi vendido em apenas um dia. “Como não sabemos quando vai chegar um novo lote pedimos para que os clientes nos liguem todos os dias”, explicou o vendedor.

Em uma outra distribuidora localizada no Bairro da Ilha do Leite, a vendedora Jéssica Maiara vendeu os últimos 50 oxímetros disponíveis há mais de 20 dias. Diariamente ela atende cerca de três ligações de interessados no produto e, para todos, usa a mesma reposta. “Fizemos o pedido às distribuidoras, mas elas estão sem previsão de quando podem entregar”, alega Jéssica.

O presidente do sindicato dos donos de farmácias em Pernambuco (Sincofarma-PE), afirmou que os fabricantes de oxímetros não esperavam uma demanda tão grande pelo aparelho. O resultado é falta generalizada no mercado. “Nenhuma distribuidora consegue definir uma data para entrega dos pedidos e nem dar uma estimativa dos preços. O aumento da procura pode acabar descontrolando o mercado”, alertou Ozeas.

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