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Aumento das restrições de isolamento em Pernambuco impacta delivery e app

Novas medidas de restrição para que as pessoas fiquem em casa devem aumentar pedidos de comida por meio de aplicativos e delivery

Adriana Guarda Marcelo Aprígio
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Adriana Guarda
Marcelo Aprígio
Publicado em 12/05/2020 às 11:11 | Atualizado em 25/05/2020 às 18:14
ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
iFood diz que está acompanhando medidas adotadas pelos Estados para adaptar o negócio à nova realidade - FOTO: ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

O governo de Pernambuco decidiu chamar de “quarentena” o período de lockdown (bloqueio total) no Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e São Lourenço até 31 de maio. Na economia, as regras mais rígidas de distanciamento social vão intervir no mercado de trabalho e nos aplicativos de transportes, além de estimular o aumento de pedidos de comida por meio de aplicativos e de delivery. Para os setores de comércio, shopping e serviços não essenciais fica prorrogado o fechamento até o fim de maio e a fiscalização será intensificada para autuar quem está abrindo irregularmente. As medidas começam a valer a partir de hoje, em caráter educativo até a sexta-feira, e no sábado começa vigorar o lockdown. O objetivo é controlar o avanço da covid-19 nos cinco municípios com a maior incidência de casos e de mortes no Estado.

Para os empresários que apostaram no delivery como alternativa para manter os negócios funcionando, as novas medidas de restrição à circulação podem fazer com que as pessoas peçam mais comida em casa. O dono da Companhia do Chopp, em Boa Viagem, Tony Sousa, prevê um aumento de 10% nas vendas. “Como as pessoas terão que circular menos por conta do endurecimento das medidas, o delivery será impulsionado. Antes do coronavírus ele representava cerca de 6% do faturamento da casa. No mês passado fechou em 20% e está crescendo. Esse momento forçou com que a gente se reinventasse. Temos exclusividade com o iFood, mas também criamos o nosso próprio app que tem o cardápio na nuvem e interage com um robô pelo Whatsapp. Também acredito que no pós-pandemia as pessoas ainda vão continuar pedindo pelo delivery também. É um legado que vai ficar”, diz Tony, observando que, apesar dos esforços, o faturamento da casa caiu para 25% do normal.

O empresário também vai inaugurar uma pizzaria com entrega por delivery este mês e contratou quatro pessoas para tocar o projeto. A ideia era inaugurar a pizzaria em espaço físico em março, mas a covid-19 obrigou a remodelar os planos.

"Com o bloqueio da ruas, onde o distanciamento social não estava sendo respeitado, vai acabar surtindo impacto, porque os serviços de delivery,  takeaway e drive thru serão mantidos. As pessoas vão se limitar a sair de forma emergencial, mas não acho que vai haver um aumento, porque o que tinha haver já chegou. O governo foi muito sensível em manter esses serviços, porque é o que está dando sustentação aos restaurante atualmente", diz o presidente da Abrasel em Pernambuco, André Araújo.  

O iFood informou que está acompanhando os desdobramentos das medidas governamentais e seguirá com sua operação, oferecendo suporte aos parceiros de entrega, restaurantes e clientes. No Brasil, a empresa conta com uma rede de 170 mil entregadores ativos.

ALIMENTAÇÃO

A decretação da quarentena em Pernambuco para conter o avanço da covid-19 não deve mudar o cenário para supermercados e padarias do Estado, segundo as entidades que representam os setores. Para a superintendente da Associação Pernambucana de Supermercados (Apes), Silvana Buarque, o movimento nos estabelecimentos deve permanecer o mesmo que vem sendo verificado desde o início do isolamento social. “Mesmo agora, com essa medida mais restritiva, não esperamos muitas mudanças. Talvez a única diferença seja a possibilidade de melhorar o controle de pessoas dentro das lojas”, explica. Silvana também afirma que a adoção do delivery tem ajudado vários empreendedores a continuarem com as vendas. “A gente estipula que houve um crescimento de 20% nas entregas”, diz ela, ressaltando que nem todos os estabelecimentos têm o serviço.

Situação semelhante deve se repetir nas padarias espalhadas entre a capital e o Sertão pernambucano. De acordo com a diretora do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado de Pernambuco (SindiPão), Cristina Santos, não há perspectiva de melhora ou piora no setor, que viu muitos estabelecimentos reduzirem vendas e faturamento em cerca de 70%. “O movimento vai depender da localização da padaria, como tem sido. Quem está numa área mais comercial do que residencial vai continuar sofrendo do mesmo jeito”, diz ela, afirmando que, com as restrições, as padarias têm perdido consumidores para os supermercados, porque estes concentram muitos produtos em um só lugar.

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