IMPACTOS DA PANDEMIA

Pnad Covid: 9,7 milhões de trabalhadores ficaram sem remuneração em maio

O número corresponde a 51,3% das 19 milhões de pessoas que estavam afastadas de seus trabalhos e a 11,7% da população ocupada do país, que totalizava 84,4 milhões no mês

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 24/06/2020 às 15:20 | Atualizado em 24/06/2020 às 15:20
MARCELLO CASAL/AGÊNCIA BRASIL
REDUÇÃO Em 2020, 30,6 milhões de pessoas estavam com carteira assinada, 7,8% a menos do que em 2019 - FOTO: MARCELLO CASAL/AGÊNCIA BRASIL

O distanciamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus deixou 9,7 milhões de trabalhadores sem remuneração em maio de 2020, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid (Pnad Covid), divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número corresponde a mais da metade (51,3%) das 19 milhões de pessoas que estavam afastadas de seus trabalhos e a 11,7% da população ocupada do país, que totalizava 84,4 milhões no mês.

De acordo com a pesquisa, 15,7 milhões de pessoas estavam afastadas do trabalho devido às medidas de distanciamento social para evitar o aumento da contaminação pela doença. Além disso, o grupo etário com maior proporção de pessoas afastadas do trabalho foi o de 60 anos ou mais: 27,3%.

Domésticos são mais afetados

Os trabalhadores domésticos sem carteira foram os mais afetados, registrando o maior porcentual de pessoas afastadas devido à pandemia (33,6%), seguidos pelos empregados do setor público sem carteira (29,8%) e pelos empregados do setor privado sem carteira (22,9%). Já entre os trabalhadores domésticos com carteira, o porcentual de afastados foi de 16,6%.

Em maio, havia 75,4 milhões de pessoas fora da força de trabalho no Brasil (isto é, não estavam trabalhando nem procuravam por trabalho), dos quais 34,9% não procuraram trabalho, mas gostariam de trabalhar, e 24,5% não procuraram principalmente devido à pandemia ou porque faltava trabalho na localidade em que residiam, mas também gostariam de trabalhar.

Somando a população fora da força que gostaria de trabalhar, mas que não procurou trabalho, com a população desocupada, foram 36,4 milhões de pessoas pressionando o mercado de trabalho, segundo o IBGE. Quando o motivo de não ter procurado foi pandemia ou a falta de trabalho na localidade, o total foi de 28,6 milhões de pessoas.

O diretor adjunto de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, aponta em nota que a crise da covid-19 inflou a força de trabalho potencial. "Esse fenômeno afeta principalmente as pessoas de nível superior, pretos e pardos e adultos de 30 a 49 anos", explicou.

A nova pesquisa é uma versão da Pnad Contínua, planejada em parceria com o Ministério da Saúde. A coleta mobiliza cerca de dois mil agentes do IBGE, que levantam informações de 193,6 mil domicílios distribuídos em 3.364 municípios de todos os Estados do País.

A divulgação desta quarta-feira, 24, da Pnad Covid inclui os dados fechados de maio. A partir do próximo dia 26, as divulgações passarão a ser semanais, começando pela semana referente a 31 de maio a 6 de junho.

Comentários

Últimas notícias