O desemprego cresceu e chegou a 12,9% no trimestre entre março e maio, em meio à chegada da pandemia do novo coronavírus ao País, atingindo 12,7 milhões de pessoas. São 368 mil brasileiros a mais em busca de emprego que no trimestre que se encerrou em fevereiro, quando a taxa de desocupação era de 11,6%.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e foram divulgado nesta terça-feira (30).
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Apenas 49,5% da população em idade de trabalhar tinha ocupação no trimestre encerrado em maio - queda de 5% em relação ao anterior. É o menor percentual de ocupação desde o início da PNAD Contínua, em 2012.O número corresponde a 85,9 milhões de pessoas que trabalham.
Nesse mesmo período, 7,8 milhões de pessoas deixaram de trabalhar, uma queda de 8,3% na população ocupada. A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, avalia que a redução inédita na pesquisa atinge principalmente os trabalhadores informais. "Da queda de 7,8 milhões de pessoas ocupadas, 5,8 milhões eram informais”, disse.
A baixa foi sentida na taxa da informalidade, que retraiu de 40,6% para 37,6%, a menor desde 2016. “Numericamente nós temos uma queda da informalidade, mas isso não necessariamente é um bom sinal. Significa que essas pessoas estão perdendo ocupação e não estão se inserindo em outro emprego. Estão ficando fora da força de trabalho”, falou a pesquisadora.
Os informais representam aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e sem remuneração.
O número de trabalhadores no setor privado sem carteira assinada reduziu 20,8%, com a saída de 2,4 milhões do mercado de trabalho. Já o de pessoas sem CNPJ caiu 8,4% - 2,1 milhões a menos. O trabalho doméstico sofreu uma baixa de 1,2 milhão (18,9%) no contingente de trabalhadores no período.
Os empregos no setor privado com carteira assinada, sem contar os trabalhadores domésticos, diminuíram 7,5%. Com menos 2,5 milhões de pessoas no mercado, o número foi para 31,1 milhões, menor nível da série.
Totalizando, o contingente na força de trabalho, que contabiliza pessoas ocupadas e desocupadas, sofreu queda de 7,4 milhões (-7%) e chegou ao patamar de 98,6 milhões de pessoas.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.460,00 no trimestre encerrado em maio. O resultado representa alta de 4,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 206,623 bilhões no trimestre até maio, queda de 2,8% ante igual período do ano anterior.
Desalento aumenta 15,3% em um trimestre e atinge população recorde
O Brasil alcançou um recorde de 5,411 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em maio, segundo os dados da Pnad Contínua.
O resultado significa 718 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em fevereiro, um aumento de 15,3%. Em um ano, 506 mil pessoas a mais caíram para essa situação, o que representa alta de 10,3%.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
O IBGE também informou que, no trimestre terminado em maio de 2020, faltou trabalho para 30,371 milhões de pessoas no País.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho subiu de 23,5% no trimestre até fevereiro para 27,5% no trimestre até maio. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até maio de 2019, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 25,0%.
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