WOMEN FRIENDLY

Pernambucana é finalista em prêmio Impacta Nordeste com iniciativa que atua contra assédio

Criada em 2017, a empresa Women Friendly já impactou cerca de 50 mil pessoas por todo o Brasil na luta contra o assédio no meio corporativo

Katarina Moraes
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Katarina Moraes
Publicado em 13/06/2020 às 12:38 | Atualizado em 13/06/2020 às 12:38
Crédito: Felipe Ribeiro/JC+
A startup criada pela pernambucana Ana Addobbati certifica restaurantes, bares e festivais como livres de assédio - FOTO: Crédito: Felipe Ribeiro/JC+

A soma da experiência empresarial com a vontade de mudar o mundo rendeu à recifense Ana Addobbati, de 38 anos, a ideia de criar uma organização que combate o assédio contra mulheres em grandes corporações por todo o Brasil. Com atuação desde 2017, os treinamentos da Women Friendly, criada em parceria com sua sócia, a advogada brasiliense Nathalia Walvow, já impactaram cerca de 50 mil pessoas e chegaram até o México, Miami e Lisboa. Nessa sexta-feira (12), a “Empresa Amiga da Mulher”, como é apelidada pelas fundadoras, foi contemplada na lista de finalistas da 1ª Chamada Impacta Nordeste de Negócios Socioambientais, que visa premiar negócios com soluções inovadoras que gerem impacto socioambiental positivo no Nordeste.

A executiva Ana Addobbati explica que a vontade de criar uma organização que lutasse contra o assédio no meio corporativo surgiu a partir da própria experiência. “Trabalhei dez anos no meio corporativo com projetos em mais de quarenta países, e o assédio era uma constante. Se não era o assédio, era o medo de sofrê-lo; e não só pelos chefes, mas pelos colegas e pelos clientes”. A partir disso, ela e sua sócia iniciaram uma busca sobre o que a lei dizia sobre o diferentes tipos de assédio. “Então nos juntamos [e entendemos] que existe um arcabouço jurídico, então essa é uma forma da gente argumentar com as empresas sobre a importância do assunto, e de quebra conseguir entrar nas organizações para conseguir fazer treinamentos contra o assédio”.

O objetivo da Women Friendly é criar organizações onde haja intolerância sobre o assédio e que os membros consigam identificar tal violência e intervir, caso aconteça. A atuação é por meio de treinamentos presenciais, com apoio a organizações e membros e certificação. “O primeiro passo é um treinamento presencial, com conversa. Em seguida, a gente apoia as organizações a desenvolverem ouvidorias, porque é muito importante ter um canal onde as pessoas podem pedir ajuda, para que a empresa consiga entender quais são os funcionários não estão de acordo com sua cultura e abrir investigações. Por último, vamos para um momento de certificação, para reconhecer essa empresa como livre de assédio”, explicou Addobbati.

Mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, o trabalho não para, e os treinamentos são feitos remotamente, via internet. Por nota, a empresa elucida que "ocurso online conta com a expertise do Veduca, uma das maiores plataformas de conteúdo educativo do País" e que "a linguagem e a abordagem foi pensada de forma a não culpabilizar o homem, mas, de forma didática, esclarecer o que é o assédio sexual e propor um novo pacto comportamental entre todos".

Impacta Nordeste

Das 146 iniciativas mapeadas pelo Prêmio Impacta Nordeste, apenas 29 avançaram na seletiva. A Women Friendly concorre na categoria “Um mundo justo, seguro e sem pobreza”, competindo com outras quatro iniciativas. Ana conta que recebeu a chamada do concurso pelo e-mail. “Chegou no meu e-mail a chamada da Pipe Social para negócios de impacto no Nordeste, onde gente ainda tem uma atuação muito grande, porque ainda que a gente atue no Brasil inteiro, a maioria das empresas são no Nordeste”, conta. Para ela, ter a empresa reconhecida foi a “validação de que de fato tem uma importância e causa diferença”. Os vencedores da primeira chamada serão conhecidos no dia 1º de julho.

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