O Brasil continua no penúltimo lugar no ranking de competitividade elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Batizado de Relatório Competitividade Brasil 2019-2020, o levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (29). Ele analisou 18 países com economia parecida – o Brasil só ganha da Argentina. Ao todo, 61 variáveis são avaliadas. Os países mais competitivos são Coreia do Sul, Canadá e Austrália.
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Há dez anos, o país está na parte de baixo da lista, apesar da melhora no ambiente de negócios no período, "com redução de burocracias e melhorias na legislação trabalhista". Além das nações já citadas, o relatório compara o Brasil com África do Sul, Chile, China, Colômbia, Espanha, Índia, Indonésia, México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia e Turquia.
O mapeamento da CNI mostrou que o país tem as melhores colocações no quesito tecnologia e inovação (8º lugar), trabalho (9ª posição) e estrutura produtiva (12º lugar). Mas segue na lanterna em financiamento e na penúltima posição em tributação.
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"Financiamento, em especial o custo do capital, e a tributação funcionam como uma bola de ferro que impedem o Brasil de subir à superfície, respirar e competir em pé de igualdade com outras economias", afirma nota da entidade.
Mais alta taxa de juros
Segundo a CNI, o Brasil apresenta a mais alta taxa de juros real de curto prazo (8,8%) e o maior spread da taxa de juros (32,2%). Esses dois fatores ajudam a explicar o elevado custo de financiamento.
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No quesito tributação, de acordo com o levantamento, o Brasil só está na frente da Argentina. Segundo a CNI, a carga tributária representa 32,3% do PIB brasileiro e 65,1% do lucro das empresas.
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"Em 2017, a carga tributária no Brasil representou quase um terço do PIB, sendo inferior apenas à observada na Espanha (33,7%) e na Polônia (33,9%), países cuja renda per capita é cerca de duas vezes superior à brasileira, segundo dados de 2018", destaca a CNI.
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